O diretor do Departamento de Estatísticas e Estudos de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Herlon Brandão, confirmou que a trajetória das exportações brasileiras para os Estados Unidos tem sido decrescente nos últimos três meses, ao comentar os dados da balança comercial de outubro.

Segundo Brandão, em agosto as vendas nacionais ao país norte-americano caíram 16,5%; em setembro, a redução foi de 20,3%; e, em outubro, a queda atingiu 37,9%. “Temos observado taxas de variação negativa cada vez maiores, na comparação com o mesmo mês do ano anterior”, afirmou.

O diretor ressaltou que é importante analisar os produtos exportados para compreender o cenário. “Possivelmente não é só um efeito direto de tarifa sobre os produtos brasileiros que faz com que a redução aconteça, pois mesmo produtos que não foram tarifados ou que continuam com tarifa zero caíram nas exportações aos Estados Unidos”, argumentou. Para ele, há uma menor demanda dos EUA em geral, reflexo dos choques tarifários.

Entre os principais itens impactados, Brandão citou combustíveis, celulose e ferro-gusa, que não foram tarifados, mas registraram queda significativa nas exportações. “A principal queda em termos absolutos para os Estados Unidos no último mês de outubro foi petróleo bruto, produto que não foi tarifado”, exemplificou.

Brandão concluiu que há “efeitos diversos” influenciando a queda das exportações do Brasil aos EUA, provavelmente relacionados à redução da própria demanda norte-americana.