Agentes de imigração prenderam na quarta-feira, 5, uma professora colombiana na frente de pais e alunos da creche onde trabalhava, em Chicago, nos Estados Unidos. A mulher, que não teve a identidade revelada, era funcionária do Centro de Aprendizagem Infantil com Imersão em Espanhol Rayito de Sol.

Segundo o vereador Matt Martin, ela estava em um veículo no estacionamento da instituição quando percebeu a aproximação de policiais do Serviço de Imigração e Controle de Alfândega (ICE) e tentou fugir. Ao ser alcançada pelos agentes, já na porta da creche, a professora afirmou que tinha documentos, mas foi detida mesmo assim. Os policiais também interrogaram outras pessoas presentes na instituição. O caso ocorreu no horário de entrada das crianças e foi presenciado por pais e alunos.

O Departamento de Segurança Interna dos EUA informou que a mulher entrou ilegalmente no país em 2023 e obteve um visto de trabalho durante o governo de Joe Biden. Ela é mãe de dois adolescentes, de 16 e 17 anos, que cruzaram a fronteira ilegalmente em outubro, próximo a El Paso, no Texas. Os jovens foram encaminhados para um abrigo governamental para imigrantes menores de idade em Chicago.

Desde o início de setembro, mais de três mil pessoas foram presas em Chicago durante a operação Midway Blitz, voltada para imigrantes em situação irregular. Agentes do ICE têm sido criticados pelo uso de táticas agressivas, força desproporcional em áreas de lazer e emprego de gás lacrimogêneo durante protestos.

Tricia McLaughlin, porta-voz do Departamento de Segurança Interna, declarou que a Rayito de Sol não foi alvo direto da operação e que o motorista que levava a professora à escola não obedeceu à ordem de parada dos policiais. "Eles invadiram uma creche e tentaram se barricar lá dentro, colocando em risco as crianças de forma imprudente", afirmou Tricia.

A Rayito de Sol, que possui oito unidades nos estados de Illinois e Minnesota, não comentou o episódio. A unidade de Chicago suspendeu as atividades na quarta-feira. Do lado de fora, pais se reuniram para apoiar a professora e criticar a atuação do ICE. "Essas são as pessoas mais gentis e bondosas. Elas não merecem, essas crianças não merecem estar passando por isso", disse Esmeralda Rosales, mãe de um dos alunos. "Em Chicago, parece que você está a apenas um ou dois graus de separação de alguém que já teve uma experiência com o ICE", relatou Jason Wirth, pai de outro estudante.

Esta não foi a primeira ação do ICE em escolas. Em julho, um homem de Portland foi abordado por agentes no estacionamento da pré-escola do filho, com várias crianças presentes. No mês passado, agentes lançaram gás lacrimogêneo no parque de uma escola de educação infantil em Chicago, enquanto os alunos brincavam.

Com informações da AP