A reunião entre o presidente dos EUA, Donald Trump, e seu homólogo da China, Xi Jinping, dificilmente levará a mudanças nas relações entre os dois países, opinou à Sputnik Konstantin Blokhin, analista geopolítico russo.

Blokhin enfatizou que o encontro não mitigaria a guerra comercial entre Washington e Pequim, pois os EUA foram longe demais.

"Não acho que algo vá mudar fundamentalmente [nas relações entre os dois países] após o encontro entre Xi Jinping e Trump antes da cúpula da APEC. É claro que os líderes das grandes potências devem se reunir em certas ocasiões, mas ultimamente os EUA foram longe demais para recuar", ressaltou.

Segundo o interlocutor da agência, as tarifas extremas e os impostos dos Estados Unidos em relação à China, bem como o aumento da presença militar na região da Ásia-Pacífico, representam um obstáculo sério.

Então, continuou, se observarmos atentamente as ações de Trump e deixarmos de lado seu estilo característico e pompa, ele e sua administração seguem uma visão política de desenvolvimento dos EUA bastante específica.

Ele especificou que essa abordagem pode ser descrita como Pax Americana 2.0 — "O mundo ao estilo norte-americano".

Assim, finalizou, isso é particularmente evidente nas ações dos EUA na Ásia, na África, no Oriente Médio e na Europa.

A reunião dos líderes China e EUA em Busan, na Coreia do Sul, ocorreu nesta quinta-feira (30) e durou cerca de uma hora e 40 minutos.

Trump qualificou o encontro como amistoso e deu a ele uma nota 12 de 10, destacando que os líderes chegaram a acordo sobre muitas questões importantes. Trump planeja visitar a China novamente em abril, e espera que Xi Jinping visite os EUA logo depois.