O míssil de cruzeiro russo Burevestnik será capaz de contornar o sistema de defesa antimísseis Cúpula de Ouro que está sendo desenvolvido pelos Estados Unidos, escreve The Wall Street Journal.

O novo míssil pode representar uma ameaça potencial ao sistema de defesa antimísseis Cúpula de Ouro (Golden Dome, em inglês) proposto por Trump, que está sendo desenvolvido para destruir mísseis balísticos intercontinentais com uma trajetória muito mais alta do que o Burevestnik, que voa baixo, afirma o jornal.

De acordo com a opinião de observadores dos EUA, o Burevestnik pode ser uma arma supostamente política. O facto de o míssil russo ser capaz de não ser abatido pelo sistema Cúpula de Ouro pode dar a Moscou uma alavanca potencial de pressão na conversa sobre controle de armas, avalia a publicação.

Os especialistas do jornal disseram que a velocidade e a capacidade de manobra do míssil ainda permanecem desconhecidas. Esse fato dificulta as avaliações sobre se é possível detectá-lo com o sistema de defesa antimísseis de Trump.

Embora os analistas norte-americanos afirmem que é possível detectar o lançamento do míssil e o seu percurso devido ao rastro de combustível radioativo que ele deixa, de fato, isso só pode ser feito usando sistemas espaciais.

Ao mesmo tempo, The New York Times também reconhece a fraqueza da Cúpula de Ouro perante o russo Burevestnik, que realmente pode ameaçar os sistemas de defesa dos EUA.

A declaração do presidente russo, Vladimir Putin, sobre a preparação da implantação de um novo míssil com propulsão nuclear intrigou os americanos.

"Foi um sinal forte para o Ocidente após o fracasso da reunião planejada com Trump", destacou o jornal.

Na semana passada, outras mídias ocidentais escreveram que a suposta grande quantidade de gastos russos com o dito armamento tem como efeito prático desviar a atenção dos problemas reais de produção e eficácia das armas americanas empregadas na Ucrânia.

Nesta quarta-feira (29), o presidente russo Vladimir Putin anunciou a conclusão dos testes do míssil de cruzeiro Burevestnik, movido a energia nuclear e de alcance ilimitado. O míssil demonstrou sua alta capacidade de escapar de sistemas antimísseis e de defesa antiaérea, informou o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas da Rússia, Valery Gerasimov, ao presidente russo. Ele observou que o míssil de cruzeiro fez um voo de teste de 14.000 quilômetros, e esse não é o limite.