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Venezuela propõe suspender acordos de gás com Trinidad e Tobago por 'cumplicidade com os EUA'

27/10/2025
Venezuela propõe suspender acordos de gás com Trinidad e Tobago por 'cumplicidade com os EUA'
Foto: © Sputnik / Ilia Pitalev

O Ministério do Petróleo e a estatal Petróleos de Venezuela S.A. (PDVSA) propuseram ao presidente Nicolás Maduro a suspensão de todos os acordos de cooperação no setor de gás com Trinidad e Tobago, alegando cumplicidade do país caribenho com supostos planos de guerra dos Estados Unidos, anunciou a vice-presidente Delcy Rodríguez.

"Estamos propondo ao chefe de Estado denunciar o acordo de forma imediata e, consequentemente, suspender todos os acordos de gás que a Venezuela mantém com Trinidad e Tobago. A nova primeira-ministra desse país, Kamla Persad-Bissessar, decidiu se alinhar à agenda belicista dos EUA para agredir um povo irmão do Caribe", declarou Rodríguez em pronunciamento à televisão estatal venezuelana.

O acordo em questão foi assinado em 2015, com validade de dez anos, e renovado automaticamente em fevereiro deste ano por mais cinco. O texto prevê cooperação energética no aproveitamento de campos conjuntos de gás, desenvolvimento de infraestrutura e execução de projetos no setor de hidrocarbonetos.

Segundo Rodríguez, o documento permite que qualquer uma das partes denuncie o acordo unilateralmente.

Operação da CIA na Venezuela

No domingo (26), o governo da Venezuela denunciou a cumplicidade entre Trinidad e Tobago e a CIA para "provocar uma guerra no Caribe".

De acordo com um comunicado do governo venezuelano, Trinidad e Tobago realizará "exercícios militares" entre 26 e 30 de outubro, financiados e coordenados pelo Comando Sul dos EUA.

Segundo o ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Yván Gil, destacou que o plano norte-americano é realizar uma "operação de falsa bandeira" durante o exercício militar. "Atacar um navio militar dos EUA estacionado naquela ilha e, em seguida, culpar a Venezuela, para justificar uma agressão contra o nosso país", detalhou.

As informações teriam sido obtidas de um grupo de mercenários ligados à CIA detidos no domingo.

Os Estados Unidos conduzem uma operação militar na região com o objetivo de combater o tráfico de drogas e, desde agosto, desdobraram três navios com cerca de quatro mil soldados em águas próximas à Venezuela.

A escalada ocorre em meio ao aumento das tensões bilaterais, após a procuradora-geral dos EUA, Pamela Bondi, anunciar uma recompensa de US$ 50 milhões (R$ 268,6 milhões) por informações que levem à captura de Nicolás Maduro, acusado por Washington de chefiar uma organização de narcotráfico conhecida como Cartel dos Sóis.

Em resposta, Caracas pediu o apoio do secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, diante do que classificou como uma "ameaça dos EUA no Caribe". O governo de Maduro também mobilizou milicianos e reforçou as fronteiras do país para enfrentar qualquer tentativa de incursão norte-americana.


Por Sputinik Brasil