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'À beira do colapso': indústria química alemã está em crise pelos altos custos de energia, diz mídia

Sputinik Brasil 26/10/2025
'À beira do colapso': indústria química alemã está em crise pelos altos custos de energia, diz mídia
Foto: © AP Photo / Martin Meissner

A indústria química, um dos setores-chave da economia alemã, está à beira de uma crise, informou o jornal alemão Welt am Sonntag, neste domingo (26)

O periódico destaca que as grandes empresas estão fechando suas instalações e reduzindo seu quadro de funcionários devido aos altos preços da energia e aos custos das emissões de dióxido de carbono.

"Na indústria química alemã, várias empresas estão à beira do fechamento e outras se encontram em situação de risco. O partido de oposição, o Partido Social-Democrata (SPD), exige flexibilizações significativas para esse setor essencial, que emprega cerca de 100 mil pessoas nas regiões do Reno e do Ruhr", afirma a publicação.

O texto ressalta que a indústria química sofre com a concorrência estrangeira, sobretudo da Ásia, em razão dos baixos custos e da isenção de cobrança pelas emissões de gás carbônico.

Segundo o jornal, o grupo parlamentar do SPD da Renânia do Norte-Vestfália exigiu que o sistema de comércio de direitos de emissão de gás carbônico seja suspenso temporariamente ou flexibilizado.

Em comparação com a China, os Estados Unidos e os países do Oriente Médio, a indústria dessa região alemã está em desvantagem devido aos altos custos energéticos, às tarifas e ao preço das emissões de dióxido de carbono — encargos aplicáveis apenas na Europa.

Segundo o líder do SPD nessa região, Jochen Ott, a Renânia do Norte-Vestfália corre o risco de sofrer um processo de desindustrialização, apesar de suas empresas estarem entre as mais modernas e ecológicas do mundo.

Como destaca o jornal, nos últimos meses, a Ineos, a BP, a Shell e a Evonik anunciaram o fechamento ou a venda de várias de suas unidades. A britânica BP, por exemplo, está considerando vender sua subsidiária Ruhr Oel GmbH, que inclui uma refinaria de petróleo em Gelsenkirchen, com 2 mil empregados.

Atualmente, a economia alemã enfrenta recessão impulsionada, em grande parte, pelos altos preços da energia após a rejeição do fornecimento de gás russo.

O PIB da maior economia da Europa caiu 0,2% em 2024, segundo ano consecutivo de retração — algo que não ocorria desde 2002–2003, de acordo com dados do Escritório Federal de Estatística (Destatis).

De acordo com autoridades russas, o Ocidente cometeu grave erro ao renunciar à compra de seus hidrocarbonetos. Moscou afirma nunca ter se recusado a vender seus recursos energéticos à Europa e, de modo geral, a cooperar economicamente com o continente — cooperação que foi interrompida pela imposição de uma série de sanções sem precedentes por parte dos países ocidentais contra o país euro-asiático.

Essas medidas, destacaram fontes russas, não abalaram a economia russa, mas prejudicaram fortemente as economias de vários países europeus, contribuindo para a recessão e reduzindo a qualidade de vida de seus habitantes.