O projeto de um túnel sob o Estreito de Bering, ligando a Rússia aos Estados Unidos, poderia ser realizado com base em tecnologias inovadoras, incluindo soluções inspiradas nos sistemas desenvolvidos por Elon Musk, afirmou um especialista.

De acordo com o professor Sergei Zege da Universidade Estatal de Transporte Rodoviário de Moscou, o sistema de transporte para esse projeto deve ser desenvolvido com base em soluções inovadoras.

"Uma das soluções pode ser a tecnologia de Musk, que utiliza um tubo hermético para o deslocamento de cápsulas em alta velocidade. Adaptada, ela poderia funcionar com pequenos veículos rápidos em túneis de diâmetro reduzido, o que seria muito mais barato que uma ferrovia ou rodovia tradicional", explicou Zege em entrevista à Sputnik.

A ideia de um túnel intercontinental voltou a ganhar força após o diretor do Fundo Russo de Investimentos Diretos, Kirill Dmitriev, declarar que, com as tecnologias da empresa The Boring Company, o projeto poderia ser concluído em menos de oito anos, a um custo inferior a US$ 8 bilhões (R$ 42,96 bilhões). Segundo ele, o “túnel Putin–Trump" simbolizaria a ligação entre a Eurásia e a América.

Zege também apontou outras alternativas tecnológicas, como sistemas de transporte aerostático adaptados ao clima do norte e o chamado "transporte por cabo-gravidade", uma tecnologia patenteada por engenheiros russos que permitiria reduzir significativamente os custos de construção e operação em regiões de condições climáticas extremas.

"Essa solução permitiria criar vias altamente resistentes em condições naturais difíceis com custos financeiros mínimos tanto para construção como para operação, a qual pode ser automatizada", destacou o especialista.

Por fim, Zege alertou que o principal desafio do projeto não seria apenas o túnel submarino em si, mas também a infraestrutura de acesso terrestre.

"Mesmo que o túnel possa ser construído dentro dos prazos e custos estimados, as vias de acesso por ferrovia ou rodovia exigiriam investimentos muito maiores, o que pode torná-las economicamente inviáveis, embora tecnicamente possíveis", concluiu.

O conceito mencionado por Zege remete ao projeto Hyperloop, apresentado por Elon Musk em 2013. O sistema prevê o deslocamento de cápsulas de 25 a 30 metros dentro de um tubo de baixa pressão, a velocidades entre 480 km/h e 1.100 km/h.