O presidente dos EUA, Donald Trump, está aumentando a pressão sobre o Hamas e provavelmente terá como alvo a parte do movimento palestino que está alinhada ao Irã, disse o especialista em Oriente Médio e colunista turco Mohammed Mazhar Shahin à Sputnik.

Na terça-feira (14), Trump disse que se o movimento palestino não cumprir o compromisso de se desarmar, os EUA o farão por conta própria.

A declaração foi interpretada como um sinal de que Washington pretende aumentar a pressão sobre o grupo, especialmente sobre sua ala apoiada por Teerã.

Segundo o entrevistado, a estratégia de Trump deverá distinguir os diferentes ramos do Hamas.

"A partir de agora, veremos declarações isoladas condenando as ações do Hamas. Mas Trump provavelmente concentrará suas críticas não no Hamas apoiado por Turquia, Catar e Egito, e sim na facção que mantém laços estreitos com o Irã", explicou Shahin.

A fala de Trump ocorre após a assinatura, na segunda-feira (13), de um documento abrangente de paz durante o encontro de cúpula em Sharm el-Sheikh, que contou com a presença do presidente egípcio Abdel Fattah al-Sisi, do líder turco Recep Tayyip Erdogan e do emir do Catar, Tamim bin Hamad al-Thani. O acordo busca um cessar-fogo duradouro no conflito da Faixa de Gaza.

No início de outubro, Trump já havia anunciado que Israel e o Hamas concordaram com a primeira fase de um plano de paz, cujo objetivo é garantir uma trégua imediata em troca da libertação de reféns em até 72 horas.

O plano de Trump, apresentado em 29 de setembro, prevê que o Hamas e outras facções palestinas sejam excluídos da administração de Gaza, que passaria a ser controlada por autoridades tecnocráticas sob supervisão internacional liderada pelos EUA.