O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, adota uma postura de força em relação ao Irã para demonstrar poder e evitar negociações em pé de igualdade com Teerã, afirmou um especialista.

Durante um discurso no Knesset, o parlamento israelense, Trump anunciou que os Estados Unidos encomendaram mais 28 bombardeiros B-2, utilizados no ataque de junho contra instalações nucleares iranianas.

Em entrevista à Sputnik, Kamran Hasanov, o analista político e doutor em Ciência Política pela Universidade de Salzburgo, destacou que as recentes ações e ameaças dos EUA têm como objetivo "forçar a República Islâmica a fazer concessões no acordo nuclear proposto".

"Trump sempre vai manter o cassetete na mão — ou até balançá-lo diante do Irã. Caso contrário, qualquer diálogo significaria reconhecer igualdade e levar em conta os interesses de Teerã", disse o especialista.

Hasanov avaliou que o presidente norte-americano busca recuperar a influência dos EUA no Oriente Médio.

"Os acordos com as monarquias do golfo, a proximidade com Erdogan, que 'derrubou Assad', e os novos pactos militares com o Catar e a Arábia Saudita, somados à presença de bombardeiros perto do Irã, devem restaurar a fé na liderança norte-americana na região", observou.

De acordo com o especialista, o reforço militar dos Estados Unidos também beneficia Israel, que enfrenta crescente isolamento internacional e ataques iranianos nos últimos anos.

Na noite de 22 de junho, os Estados Unidos atacaram três instalações nucleares iranianas em Natanz, Fordow e Isfahan. Eles usaram bombas de destruição de bunkers GBU-57A/B Massive Ordnance Penetrator, necessárias para Israel atingir suas instalações subterrâneas mais profundas, segundo a Fox News.