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População vai às ruas pedir libertação de presos brasileiros em flotilha de apoio a Gaza
Centenas de pessoas ocuparam a avenida Paulista, neste domingo (5), em ato pela libertação dos brasileiros detidos por Israel após participarem de uma flotilha internacional de apoio à Faixa de Gaza.
O protesto ocorreu em frente ao Museu de Arte de São Paulo (Masp) e reuniu movimentos sociais, lideranças políticas e manifestantes que também condenaram a ofensiva militar israelense.

Sob forte calor — os termômetros marcaram 32°C — os participantes exibiram bandeiras da Palestina e cartazes contra as Forças de Defesa de Israel (FDI). De acordo com autoridades locais de Saúde, mais de 65 mil palestinos foram mortos desde outubro de 2023.
"É um absurdo contra os direitos humanos, contra tudo o que a gente conhece de bom senso da humanidade. Então eu acho que é o mínimo que a gente pode fazer, vir aqui, se juntar com quem está se manifestando também", afirmou a aposentada Márcia Oliveira.
Ela disse acreditar que o número real de vítimas seja superior ao divulgado: "Deve ser muito mais do que isso. É o horror de não ter hospital, não ter médico, não ter remédio, não ter comida. É muito triste."
O pedagogo social Francisco Eugênio de Souza Neto também criticou o cenário e cobrou uma atuação mais firme do governo brasileiro. "Nosso governo, por exemplo, é apático, apesar das declarações. Muito apático ao meu gosto. Nada justifica uma mortandade tão grande, mesmo que fosse pequena. Isso deveria ser resolvido diplomaticamente à mesa, respeitando as diferenças e os contextos. Mas o que se vê é simplesmente matança."
Além de denúncias sobre a violência em Gaza, o foco do ato foi a cobrança de medidas do Itamaraty pela libertação dos brasileiros detidos. Organizadores afirmaram que os cidadãos não cometeram crime.
"Ajudar um povo que está sitiado não é terrorismo, é solidariedade. Queremos que o governo brasileiro seja firme nessa cobrança", declarou um dos porta-vozes do movimento.
Flotilha Sumud
A manifestação ocorreu após a prisão de ativistas, entre eles 14 brasileiros, que integravam a Flotilha Global Sumud com destino à Faixa de Gaza, organizada por entidades internacionais de direitos humanos e tem como objetivo romper simbolicamente o cerco à população palestina.
O grupo levava alimentos e remédios quando foi interceptado por forças israelenses no Mediterrâneo. As autoridades de Israel alegam que os passageiros violaram bloqueio naval de 2007.
Até este domingo, Israel deportou um dos brasileiros capturados.
O governo brasileiro já endureceu o tom contra Israel diante da escalada de violência na Faixa de Gaza, mas tem descartado rompimento total das relações diplomáticas. A posição oficial é manter vínculos em "níveis mínimos", com a retirada do embaixador brasileiro de Tel Aviv e o não aceite de uma nova indicação israelense, sem, no entanto, fechar definitivamente os canais de diálogo.
De acordo com o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, a decisão de chamar o embaixador de volta "não representa rompimento diplomático". Segundo ele, a medida é "muito aquém disso" e busca sinalizar descontentamento com as ações militares israelenses sem comprometer a atuação do Itamaraty em frentes humanitárias e na proteção de brasileiros no Oriente Médio.
O assessor especial da Presidência para assuntos internacionais, Celso Amorim, afirmou que o Brasil pode adotar medidas mais duras em áreas específicas, como a suspensão de contratos militares e de cooperação com Israel.
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