Morreu, na madrugada desta segunda-feira (29), a atriz e comediante Berta Loran, aos 99 anos. A artista estava internada em um hospital particular de Copacabana, na zona sul do Rio de Janeiro.

Conhecida como uma das grandes veteranas das telinhas, Berta completaria um século de vida em março de 2026. Nos últimos anos, vivia reclusa e optava por não dar entrevistas ou manter contato frequente com a imprensa.

Segundo o produtor cultural João Luiz Azevedo, autor do livro “Berta Loran: 90 anos de humor” (Litteris), lançado em 2016, a decisão da atriz em preservar sua imagem sempre foi firme. Ela chegou a recusar convites para participações em programas de TV, como The Noite, de Danilo Gentili, e Sem Censura, mesmo após receber um carinho especial da apresentadora Cissa Guimarães.

Amigos próximos relatam que, ao completar 99 anos, Berta também evitou sair em público e receber visitas, reforçando seu desejo de recolhimento.

Com uma longa trajetória dedicada à comédia, a atriz deixa como legado personagens marcantes e uma contribuição única para a história da televisão brasileira.

Trajetória artística

Nascida em Varsóvia, na Polônia, em 1926, Berta imigrou para o Brasil ainda criança, fugindo das consequências da Segunda Guerra Mundial. No Rio de Janeiro, iniciou sua carreira artística no teatro de revista, se destacando pelo talento para a comédia.

Na televisão, Berta Loran conquistou o público em diversas produções da TV Globo, como “Zorra Total”, onde ficou marcada por seu humor irreverente, e novelas como “Baila Comigo” (1981), “Partido Alto” (1984), “Alma Gêmea” (2005) e “A Favorita” (2008). Também fez participações especiais em humorísticos e seriados, sempre lembrada pelo carisma e pelo riso fácil que provocava no público.

Ao longo de mais de sete décadas de carreira, tornou-se uma das figuras mais queridas da dramaturgia e da comédia brasileiras, sendo reconhecida pelo legado artístico e pela contribuição à história da televisão nacional.