As autoridades ucranianas e europeias acreditam que o presidente estadunidense, Donald Trump, está transferindo a responsabilidade pelo fim do conflito com Moscou para elas, escreve a agência de notícias Bloomberg.

A agência destaca que a recente mudança de postura do líder norte-americano em relação à Ucrânia deixa a União Europeia em uma posição delicada.

"Em público, autoridades ucranianas e europeias saudaram a mudança verbal de Trump […]. Em particular, elas foram mais cautelosas, sentindo que ele estava empurrando a responsabilidade de acabar com a guerra para elas", ressalta a publicação.

Segundo o artigo, os europeus consideram controversa a afirmação do presidente estadunidense sobre a possibilidade da Ucrânia recuperar todos os territórios perdidos com o apoio da UE.

Segundo Kurt Volker, enviado especial para a Ucrânia no primeiro mandato de Trump, as declarações sobre a economia russa e o "tigre de papel" são uma tentativa de provocar o presidente russo, Vladimir Putin, sem intenção real de agir.

O dono da Casa Branca, continua a matéria, exigiu que a UE e os países do G7 imponham tarifas de até 100% à China e à Índia, a fim de deter as compras de petróleo russo, o que é algo muito mais complexo para a UE devido à sua dependência do comércio com Pequim.

Ao mesmo tempo, enfatiza a agência, a Hungria e Eslováquia, que têm laços estreitos com a Rússia e compram seus recursos energéticos, não enfrentaram pressão significativa dos Estados Unidos além da manutenção das sanções da UE contra Moscou.

Neste contexto, conclui o artigo, o presidente dos Estados Unidos ainda busca um acordo com Putin, embora novas sanções possam dificultar o processo. Ele atribui a responsabilidade à Europa, e não aos EUA — uma posição que pode mudar rapidamente.

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou nesta quarta-feira (24) que a afirmação de Trump de que a Ucrânia pode supostamente "reconquistar algo" é falsa, e que a situação na linha de frente fala por si. Peskov acrescentou que a Rússia continuará defendendo seus interesses.