Morreu na noite de terça-feira (13), em São Paulo, o ex-diretor-geral da TV Globo Octávio Frioli Florisbal, aos 84 anos. Ele trabalhou na emissora por mais de três décadas. O velório será realizado na tarde desta quarta, no cemitério do Morombi.

Octávio nasceu em São Paulo, no dia 20 de maio de 1940, filho de uma dona de casa e de um avicultor. Aos 15 anos, mudou-se sozinho para o Rio de Janeiro para estudar no colégio Pedro II e depois, no Colégio Naval, em Angra dos Reis. Formou-se em Comunicação e marketing pela ESPM e fez vários cursos de especialização nos Estados Unidos.

Antes de ingressar na Globo, o paulistano trabalhou com publicidade em agências como J. Walter Thompson, cuja filial brasileira era presidida por seu tio, Renato Castelo Branco. Ele também passou pela Norton Publicidade, onde estruturou o departamento de mídia, e pela Lintas Internacional, onde cuidava da conta da Gessy-Lever, uma das principais patrocinadoras de shows e novelas da época. Foi nesse período que o publicitário conheceu a televisão. Nos anos 1970, foi um dos fundadores e primeiro presidente do Grupo de Mídia de São Paulo, uma entidade voltada para pesquisa de audiência.

A chegada à empresa de Roberto Marinho aconteceu justamente para estruturação do departamento de marketing, em 1982. O objetivo da área, segundo o site Memória Globo, era criar "um canal de comunicação permanente entre a área comercial e as áreas de programação, criação, produção e jornalismo. Pretendia-se também estabelecer uma relação mais técnica entre a Globo, as agências e os anunciantes."

Florisbal ficou no comando da chamada Central Globo de Marketing até 1991, quando se tornou superintendente comercial. A ideia era que ele profissionalizasse a forma de comercialização dos espaços publicitários.

Em setembro de 2002, quando a executiva Marluce Dias se afastou da diretoria-geral da TV Globo por questões de sáude, foi ele que assumiu o cargo. Por dois anos, ocupou a cadeira de diretor-geral juntamente com a de superintendente comercial. A efetivação no cargo principal da emissora aconteceu em outubro de 2004.

"Quando eu assumi, interinamente e depois de forma definitiva, procurei consolidar esse processo, que é ter na TV Globo uma gestão em que a gente tenha um planejamento estratégico, objetivos estratégicos, em que as diversas áreas, seus diretores e as equipes participam efetivamente desse processo, são permanentemente comunicados, estimulados, para alcançar e superar os resultados", disse ele ao Memória Globo. "E numa televisão como a TV Globo, que é uma das maiores redes do mundo, e talvez uma das melhores, se não a melhor, esse processo participativo faz a diferença. Esses talentos são motivados em busca de um destino comum. Então isso é o que faz o sucesso da TV Globo, e cada vez mais ela deve consolidar esse conceito de uma gestão participativa, bastante democrática.”

Florisbal deixou a direção-geral em dezembro de 2012 para a entrada de Carlos Henrique Schroder. De 2013 a 2017, ocupou assento no conselho de administração das Organizações Globo.

Associação Brasileira de Propaganda o homenageou, em abril de 2009, com o título de Personalidade do Ano de 2008. Segundo a ABP, Florisbal foi destaque “por sua dedicação, consistente inovação e competência com que trabalha para o desenvolvimento e defesa dos interesses de todo o trade de comunicação, à frente do maior e mais importante conglomerado de comunicação do país”.

Nos últimos anos, Octávio Florisbal se dedicou ao Instituto Helena Florisbal, sonho de sua mulher, também publicitária, que morreu 2009. O grupo promove ações de assistência social gratuita a crianças com necessidades especiais em vulnerabilidade social.