Geral

Fede Álvarez fala sobre 'Alien: Romulus': 'Gosto quando as pessoas não podem ignorar o que está na tela'

Dirigida pelo cineasta uruguaio, a sétima parte da franquia estreia nesta quinta-feira (15)

Agência O Globo - GLOBO 13/08/2024
Fede Álvarez fala sobre 'Alien: Romulus': 'Gosto quando as pessoas não podem ignorar o que está na tela'

Fede Álvarez se apaixonou pela ficção científica e pelo terror de "Alien" quando era adolescente em sua terra natal, o Uruguai. Os primórdios da série o marcaram para sempre, e foi ali que ele encontrou o impulso para sua incursão na icônica saga. Com "Alien: Romulus", o cineasta de 46 anos retorna às origens da franquia. A sétima parte se passa em um futuro distante, entre os eventos do primeiro e do segundo filmes, quando um grupo de jovens colonizadores do espaço desperta acidentalmente um organismo assustador.

Suri Noelle: Com 18 anos, filha de Tom Cruise deixa de receber pensão de R$ 2,2 milhões do pai

Eles já são adultos: Veja filhos de famosos que cresceram e impressionam a web

"Há uma cena no filme de 1986 com várias crianças correndo por uma estação espacial. E eu pensei: 'Pah, como será quando elas crescerem?'", contou Álvarez à AFP em Montevidéu, antes da estreia do filme prevista para quinta-feira, dia 15.

Álvarez conquistou Hollywood com "Ataque de Pânico", um curta sobre uma invasão extraterrestre em Montevidéu que viralizou no YouTube em 2009. Agora, diz que para o novo "Alien" se inspirou naqueles que crescem "longe de tudo, onde as opções são poucas".

"Obviamente, para os que não nascemos em Nova York ou Los Angeles, essas grandes cidades, é um sentimento com o qual todos nos identificamos", disse o diretor de "Alien: Romulus", também roteirista junto com seu compatriota e colaborador habitual, Rodo Sayagues.

Seu filme revisita o estilo visual de "Alien, O Oitavo Passageiro" (1979), do britânico Ridley Scott, e de "Aliens, O Resgate" (1986), a sequência do canadense James Cameron, dois filmes que Álvarez considera "seminais" para o cinema e para ele.

O cineasta uruguaio, conhecido pelo remake do filme cult "Evil Dead" ("A Morte do Demônio", 2013) e pelo sucesso de bilheteria "O Homem nas Trevas" (2016), apostou novamente nos efeitos especiais produzidos fisicamente, com menos imagens geradas por computador ou outras técnicas de pós-produção. Revivendo a "velha escola", Álvarez mergulhou no "futurismo dos anos 1980", com espécimes míticos de "Alien" controlados por equipes de marionetistas para assustar de verdade os atores... e o público.

"Tecnicamente, é um filme muito ambicioso", garante.

Peñarol e mate

Também é ambicioso o objetivo de Álvarez de deixar uma marca nos espectadores.

"Quando você decide ver este filme, está claro mais ou menos ao que quer se expor. É como quando você sobe em uma montanha-russa", disse. "Gosto de causar esse efeito nas pessoas, quando elas não podem ignorar o que está acontecendo na tela".

Álvarez destacou o "privilégio" de trabalhar com Scott, produtor do filme, e com Cameron, "grandes mestres do gênero". Estava "com um papel e um lápis anotando qualquer pedacinho de sabedoria", lembrou.

O elenco de "Alien: Romulus" não inclui Sigourney Weaver, rosto emblemático da saga e que chegou a ser indicada ao Oscar por seu papel em "Aliens, O Resgate". Mas o confronto da jovem estrela Cailee Spaeny ("Priscilla") com o assustador Xenomorfo recria momentos conhecidos. Também contribui para a tensão claustrofóbica Isabela Merced ("Sicario"), uma americana de origem peruana que Álvarez teve o prazer de dirigir em espanhol.

"Nos meus sets se fala 'uruguaio' o tempo todo", afirmou entre risos o cineasta, celebrando suas raízes do Rio da Prata.

Em "Alien: Romulus", Álvarez faz alguns acenos ao seu país. Não só há uma aparição sua, como também se exibe um bandeirão do Peñarol, clube de futebol de seu coração, e se vê um recipiente para beber mate que, segundo o diretor, ficou "para a posteridade" devido a um descuido durante as filmagens.