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Delivery de pizza e exercícios: como era o dia a dia do mergulhador que viveu debaixo d'água durante 100 dias
Joseph Dituri, mergulhador e professor da Universidade do Sul da Flórida (USC), contou ao GLOBO como funcionou a sua rotina na experiência subaquática
A 9 metros de profundidade, em uma cápsula submersa no lago Key Largo, nos Estados Unidos, com visitas constantes de especialistas, diversas reuniões online por dia e preparando a própria comida. Foi assim que viveu por 100 dias Joseph Dituri, ou o “Dr. Deep Sea” (Dr. Fundo do Mar), professor da Universidade do Sul da Flórida (USC) e comandante aposentado da Marinha dos Estados Unidos, como parte do Projeto Netuno 100.
Como era o dia a dia?
O mergulhador, que tem doutorado em engenharia biomédica, levou consigo para a missão mantimentos essenciais para sua alimentação, higiene e limpeza. No entanto, caso algo faltasse, poderia receber a entrega no alojamento subaquático, chamado Jules Undersea Lodge, através de outros mergulhadores.
Na extensão de 55 m², um dos locais onde esteve por mais tempo talvez tenha sido na frente de seu computador, como Dituri conta. Por conta da pressão debaixo da água, se eu pequeno banheiro, descrito por Dituri como "algo que se vê em uma casa motorizada", também foi muito utilizado.
— Eu passava de seis a oito horas fazendo ciência todo dia. Nesse período, eu fazia os eletrocardiogramas, teste de função pulmonar, exame de sangue, entre outros. Estava bastante ocupado pelo menos 14 horas por dia. Além disso, me exercitava com mergulhos todos os dias e preparava minhas próprias refeições — contou, em entrevista ao GLOBO.
Como um dos objetivos principais da sua "missão", o professor se dispôs a inspirar e capacitar jovens durante o experimento.
— Três horas eu reservava para o propósito de “alcançar pessoas”, principalmente estudantes. Eu me dedicava a isso três vezes por dia, uma hora cada — explica.
Além disso, todos os dias recebia as visitas da equipe de outros 10 especialistas os quais o acompanharam durante todo o período em que esteve submerso.
— Os especialistas vinham me visitar regularmente, mas eles não ficavam lá — comenta o recordista.
Entrega de pizza debaixo d'água
Para dar conta dos afazeres do dia, a preparação dos alimentos precisava ser prática, ocupando a menor quantidade de tempo da sua agenda possível. De acordo com postagens do cientista, ele apostava principalmente no preparo de pratos a base de ovos.
Dentre os serviços disponibilizados aos visitantes da cápsula na qual Dituri esteve, está o de entrega de pizza, que não necessariamente foi utilizado pelo pesquisador. Cada pernoite dentro do pacote de luxo no local custa em torno de R$ 6860,29 por pessoa, se for um mergulhador profissional. Já a versão "aquanauta", com certificação inclusa, custa R$ 8003,68.
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