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China e Estados Unidos lutam a “guerra fria” de nosso século
A China e os Estados Unidos estão em uma fase particularmente difícil de seu relacionamento. Como a Tribuna do Sertão noticiou recentemente, a China ameaçou os Estados Unidos com um conflito se Washington não mudar uma atitude de sancionamento e de cerco que, do ponto de vista de Pequim, é inaceitável.
Importa tomar atenção nessa luta, pois ela é a verdadeira guerra fria do século XXI. O conflito na Ucrânia, no máximo, é um problema lateral relativamente a essa questão central.
Semelhanças com a guerra fria original: um período inicial instável
A guerra fria do século XX assistiu a um período inicial de 15 anos cheio de crises e instabilidade. Essa foi, entre 1947 e 1962, a fase mais perigosa do conflito. Várias crises se sucederam, como o bloqueio de Berlim em 1948, e a novidade das armas atômicas detidas por ambas as potências estava ainda sendo digerida.
A personalidade do dirigente máximo da União Soviética, Nikita Kruschev, facilitou um pouco esse período. Kruschev, à semelhança de muitos outros líderes políticos em todas as geografias e culturas e em todos os tempos (incluindo o nosso, claro), tinha tendência para se anunciar como arrogante e destemido, principalmente depois do sucesso do lançamento do satélite Sputnik.
Assim se chegou à crise dos mísseis de 1962, quando a União Soviética sugeriu a colocação de mísseis em Cuba, provocando uma forte reação dos Estados Unidos.
Mas esse momento foi o ponto de viragem. Percebeu-se que os líderes das superpotências não estavam querendo arriscar o destino do planeta numa louca jogada de cassino. Pelo contrário, se comportaram como deve fazer quem se registra no Novibet casino online, estabelecendo um orçamento máximo e jogando responsavelmente. A crise se resolveu pacificamente e os dois países criaram linhas de entendimento que resultaram nos posteriores tratados de limitação de armamento, na criação de uma linha telefónica direta, e outros mecanismos de resolução de crises.
Estaremos na fase crítica
O presidente chinês, Xi Jinping, já afirmou que não renuncia à conquista de Taiwan através da força, se considerar necessário, e pretende que o “rejuvenescimento da nação”, verificado nos últimos 45 anos através de um fortíssimo crescimento econômico, se traduza em um novo estatuto internacional. Os especialistas concordam que estamos em uma fase crítica de confrontação sino-americana.
Saída para o conflito: a multipolaridade e o papel do Brasil
Uma das razões para o prolongamento da guerra fria por quatro décadas e meia era a concentração de poder militar e ideológico nas duas superpotências. Esse cenário não existe mais.
Não existe uma oposição ideológica tão forte entre a China e os Estados Unidos como acontecia no caso da União Soviética. Apesar de o presidente Biden falar em luta de democracias contra autocracias, a China não está tentando exportar seu modelo político para outros países e pode negociar com todo o mundo.
Além disso, outros polos de poder podem exercer sua influência. A Europa poderia ser mais autônoma em relação aos Estados Unidos, mas para isso seria necessário que a China pressionasse realmente a Rússia no sentido de parar sua agressão na Ucrânia. A invasão russa “empurra” a Europa para a proteção americana, o que vai contra o interesse chinês. Mas em dez anos tudo isso poderá ser diferente.
A Índia é uma das grandes potências cujo papel de neutralidade se vem afirmando durante a crise ucraniana. Nova Déli tem um problema de fronteiras e de segurança com Pequim e por isso se mantém próxima dos Estados Unidos, mas ninguém duvida de sua independência nessa questão. Como membro verdadeiramente “independente” do BRICS, a Índia está exercendo um papel de equilíbrio diplomático que pode ser muito importante para persuadir China e Estados Unidos a não ultrapassarem seus limites.
Por sua posição e histórico recente, o Brasil deveria estudar a diplomacia indiana e tentar seguir seu exemplo, no seu interesse e no da comunidade internacional em seu conjunto.
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