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PF põe Operação Camarote contra vacinação ilegal de empresários em Minas
A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta sexta-feira, 26, a Operação Camarote para apurar a suposta administração irregular de vacinas contra a covid-19 que teria ocorrido na garagem da Viação Saritur, empresa de transporte localizada em Belo Horizonte. Agentes cumprem quatro mandados de busca e apreensão na capital mineira. As ordens foram expedidas pela 35ª Vara Federal Criminal de BH.
A PF suspeita de importação irregular de vacinas contra a covid-19 e sua receptação. A corporação mira nos supostos crimes de: contrabando, caso a importação seja anterior à lei que autorizou a importação de vacinas por empresas, com obrigação de doação das doses ao SUS; descaminho, caso a lei citada já estivesse em vigor; ou “falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais”, caso a suposta importação tenha acontecido antes do registro da vacina na Anvisa. Já sobre aqueles que teriam recebido a vacina recai a suspeita de crime de receptação.
Seis vídeos obtidos pela reportagem do Estadão mostram pessoas sendo vacinadas na noite de terça-feira, 23. As imagens foram gravadas por vizinhos do local, que denunciaram um esquema clandestino de imunização contra a covid-19 pela viação Saritur.
As imagens exibem uma aglomeração de carros em volta da entrada do local. Uma mulher de jaleco branco vai até o porta-malas de um carro, retira a vacina, e aplica nos motoristas. Alguns descem do carro para receber sua dose. Outros são vacinados dentro do próprio veículo. Uma outra pessoa anota nomes em uma ficha, como se estivesse confirmando cada vacinação dada.
Nesta quarta-feira, 24, a revista piauí mostrou que políticos e empresários de Minas teriam tomado a primeira das duas doses da vacina da Pfizer contra a covid e que eles compraram o imunizante por iniciativa própria, driblando o Sistema Único de Saúde (SUS), o que é ilegal. A compra de vacinas pela iniciativa privada é permitida, mas a lei prevê que haja doação para a rede pública enquanto não for concluída a imunização dos grupos prioritários.
Um dos que teriam recebido a dose foi o ex-senador Clésio Andrade, ex-presidente da Confederação Nacional do Transporte (CNT). “Estou com 69 anos, minha vacinação (pelo SUS) seria na semana que vem, eu nem precisava, mas tomei. Fui convidado, foi gratuito para mim”, disse à piauí.
Ao Estadão, porém, Andrade negou ter sido vacinado pelo grupo. “Desconheço. Estou em quarentena aqui no Sul de Minas. Tive covid”, afirmou.
As doses da Pfizer contratadas pelo Ministério da Saúde ainda não chegaram ao País. A farmacêutica nega “qualquer venda ou distribuição de sua vacina contra a covid-19 no Brasil fora do âmbito do Programa Nacional de Imunização”. “A vacina Comirnaty ainda não está disponível em território brasileiro”, frisou a empresa, em nota.
Autor: Redação
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