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Ajuste ao Copom ainda pesa e juros fecham com viés de alta, antes da ata
O mercado de juros operou sob maior cautela no período da tarde desta segunda-feira, com as taxas renovando máximas na última hora da sessão regular, junto com o dólar, que não se sustentou abaixo de R$ 4. Desse modo, as curtas, que oscilaram boa parte do dia perto dos ajustes de sexta-feira, fecharam com viés de alta e as longas praticamente zeraram a queda para encerrar estáveis. Nesta véspera da divulgação da ata do Copom, os investidores continuaram ajustando suas posições ao comunicado, que não sinalizou necessariamente para mais cortes da Selic em 2020. Tal postura mais defensiva limitou a oscilação das taxas curtas, enquanto o alívio visto na ponta longa foi proporcionado pelo clima positivo no exterior.
As taxas fecharam a sessão regular nas máximas e continuaram a subir na etapa estendida. A do DI para janeiro de 2021 fechou a 4,50%, de 4,49% na regular e 4,469% no ajuste de sexta-feira. A do DI para janeiro de 2023 terminou a regular em 5,42% e a estendida, em 5,43%, de 5,371% no ajuste anterior. A do DI para janeiro de 2025 subiu de 5,981% para 5,99% (regular) e 6,00% (estendida).
Desde que o comunicado combinou os termos “cautela” e “atual estágio do ciclo econômico” para se referir à política monetária depois de dezembro, o mercado vem recolocando prêmios na ponta curta e intermediária, entendendo que os diretores quiseram corrigir um excesso de otimismo que vinha levando algumas instituições a apostarem na Selic a 4%, ou menos, ao término do processo de afrouxamento.
“O mercado parece ter encontrado um equilíbrio com as taxas curtas um pouco mais elevadas e cautela sobre a Selic terminal depois que o BC deu uma ‘segurada’ nas apostas”, disse o trader de renda fixa da Quantitas Asset Matheus Gallina. “O mercado tirou boa parte das quedas embutidas nos curtos e, por entender que o ciclo não vai tão longe hoje, a curva começa a desinclinar”, completou.
Nesse cenário de proximidade do fim do ciclo, a tendência é de alívio nos DIs longos, que nesta segunda recuaram durante boa parte do dia em função do exterior, onde o otimismo sobre o fechamento de um acordo comercial entre a China e os Estados Unidos alimentou o apetite pelo risco.
O volume negociado no mercado de juros foi baixo, como normalmente ocorre às segundas-feiras, em especial nesta semana carregada de eventos domésticos importantes, como a entrega das propostas de reformas econômicas ao Congresso e a ata do Copom, nesta terça, e o IPCA de outubro, que sai na quinta-feira.
Autor: Denise Abarca
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