Guilherme Boulos, ministro da Secretaria-Geral da Presidência, participa nesta terça-feira de uma comissão especial na Câmara dos Deputados para liderar a articulação do governo federal pelo fim da escala de trabalho 6x1.

A presença de Boulos marca a entrada formal do Planalto nas negociações, após o impasse criado pelo relatório do deputado Luiz Gastão (PSD-CE), que frustrou as expectativas de extinguir o 6x1.

Durante a sessão, o ministro deve apoiar projetos de lei que estabelecem uma jornada máxima de 40 horas semanais, sem redução salarial, e garantem repouso de dois dias consecutivos — substituindo, na prática, o modelo 6x1 pelo 5x2. A proposta prevê transição gradual: limite de 42 horas em 2027 e 40 horas em 2028, abrangendo todos os trabalhadores atualmente acima desse teto.

Boulos deve concentrar apoio no projeto relatado por Leo Prates (PDT-BA), que propõe:

- Jornada máxima de 40 horas semanais para todos os trabalhadores;
- Inclusão de todos os que hoje cumprem jornadas superiores a esse limite;
- Redução sem qualquer diminuição nominal ou proporcional dos salários;
- Repouso semanal remunerado de dois dias consecutivos, sendo ao menos um deles no domingo a cada três semanas;
- Redução gradual: 42 horas a partir de 1º de janeiro de 2027 e 40 horas a partir de 2028.

A ofensiva do governo é uma resposta direta às críticas ao relatório de Gastão. Apesar de prever redução escalonada até 40 horas, o texto não extingue o 6x1 e foi visto na base como recuo em relação ao compromisso assumido, abrindo espaço para o Planalto buscar protagonismo no debate.