O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou um financiamento de R$ 4,64 bilhões para apoiar os investimentos da Aena, uma das maiores operadoras aeroportuárias do mundo, no bloco de aeroportos que inclui Congonhas, em São Paulo, e outros dez terminais concedidos à empresa.

Na época do leilão, realizado em 2022, o investimento total previsto era de R$ 7,3 bilhões. Para vencer a disputa, a Aena pagou R$ 2,4 bilhões em outorga.

O BNDES não será o único financiador. O pacote total de financiamento soma R$ 5,7 bilhões, sendo R$ 5,3 bilhões provenientes de uma emissão de títulos de dívida coordenada pelo banco de fomento em parceria com o banco espanhol Santander. Desses títulos, o BNDES ficou com R$ 4,24 bilhões, enquanto pouco mais de R$ 1 bilhão foi adquirido por outros investidores.

Além dos títulos, o BNDES aprovou ainda um empréstimo de R$ 400 milhões para as concessionárias, elevando a participação total do banco no pacote para R$ 4,64 bilhões.

Bloco de 11 aeroportos

Além de Congonhas, o bloco arrematado pela Aena engloba os aeroportos de Campo Grande (MS), Ponta Porã (MS), Corumbá (MS), Santarém (PA), Marabá (PA), Carajás (PA), Altamira (PA), Uberlândia (MG), Uberaba (MG) e Montes Claros (MG).

Em nota, o presidente do BNDES destacou que o financiamento integra os esforços do governo federal para ampliar o número de passageiros nos aeroportos do país, “garantindo a qualidade do atendimento e o conforto, tendo em vista que o número vem crescendo com a expansão sustentada da economia”.

Segundo o BNDES, o pacote de financiamento permitirá custear a maior fase de investimentos nas concessões, incluindo a ampliação e adequação dos aeroportos para atender às especificações mínimas de infraestrutura, aumento da capacidade operacional e melhorias estruturais e de sustentabilidade.

Obras devem ser concluídas até 2028

O prazo para conclusão das obras no Aeroporto de Congonhas é junho de 2028. Nos demais terminais, as intervenções devem ser finalizadas até junho do próximo ano.

De acordo com o BNDES, as obras gerarão cerca de 700 empregos durante a execução. Após a ampliação de todos os aeroportos, serão criados mais de 2 mil empregos diretos e indiretos na operação das unidades.

Somente Congonhas receberá R$ 2 bilhões em investimentos, incluindo a construção de um novo terminal de passageiros, com 105 mil metros quadrados — mais do que o dobro do espaço atual.

Presença internacional

A Aena opera 46 aeroportos e dois heliportos na Espanha. Além disso, detém 51% da concessionária do Aeroporto de Londres-Luton e administra 12 terminais no México e dois na Jamaica.

No Brasil, a Aena também é responsável pelos aeroportos de Recife (PE), Maceió (AL), Aracaju (SE), João Pessoa (PB), Juazeiro do Norte (CE) e Campina Grande (PB), concedidos na quinta rodada de leilões aeroportuários, em 2019. Para essas concessões, a empresa já havia contratado R$ 1 bilhão em financiamentos com o BNDES.