Finanças
Lucro do Itaú bate novo recorde e alcança R$ 11,8 bi em setembro
Banco revisou sua projeção de margem financeira para o ano, agora estimada entre R$ 3 bilhões e R$ 3,5 bilhões
O Itaú Unibanco bateu novo recorde de lucro no terceiro trimestre, alcançando R$ 11,8 bilhões, um aumento de 11,2% em relação ao mesmo período do ano passado e de 3,2% na comparação com o trimestre anterior. O resultado foi impulsionado principalmente pelo avanço da carteira de crédito, que somou R$ 1,4 trilhão, crescimento de 6,4% em 12 meses e de 0,9% frente ao segundo trimestre.
O que esperar?
Licença-paternidade:
O desempenho veio em linha com as estimativas do mercado, segundo o Valor Data, e levou o banco a revisar para cima sua projeção de margem financeira para o ano. Antes estimada entre R$ 1 bilhão e R$ 3 bilhões, agora passa a variar entre R$ 3 bilhões e R$ 3,5 bilhões. Na segunda, o banco superou a Petrobras em valor de mercado e se tornou a empresa mais valiosa da Bolsa de Valores (B3), encerrando o dia a R$ 408,1 bilhões — acima dos R$ 400,5 bilhões da petroleira.
As receitas com serviços e seguros também contribuíram, com aumento de 7,1% sobre o mesmo trimestre de 2024, impulsionadas pelo aumento nas emissões de cartões e nas operações de pagamentos e recebimentos. No segmento de seguros, o avanço foi ainda maior, de 17,8%.
Míriam Leitão:
A qualidade do crédito permaneceu em níveis historicamente baixos. O banco encerrou setembro com inadimplência de 1,9%, estável em relação ao trimestre anterior. A partir deste balanço, o Itaú passou a divulgar apenas a inadimplência da carteira expandida (que inclui títulos e valores mobiliários), impedindo comparação com setembro passado. No Brasil, a inadimplência fechou o mês em 2,0%, o mesmo do trimestre anterior.
Já o Retorno sobre o Patrimônio Líquido (ROE), que mede a rentabilidade de uma empresa com base no seu capital, atingiu 23,3%, 0,6 ponto percentual acima do registrado um ano antes.
Light tem concessão renovada por 30 anos:
A margem financeira total do Itaú foi de R$ 31,3 bilhões no trimestre, um aumento de 10,1% em relação ao mesmo período de 2024. A margem com clientes cresceu 11,0%, para R$ 30,4 bilhões, enquanto a margem com o mercado subiu 14,6%, para R$ 902 milhões.
O CEO do Itaú Unibanco, Milton Maluhy Filho, comentou, durante a entrevista a jornalistas durante a manhã, a fala do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Ontem, Haddad disse, em evento na cidade de São Paulo, que os juros devem cair, .
Maluhy disse existir uma percepção equivocada de que os bancos preferem taxas de juros elevadas. Ele explicou que a geração de resultados com crédito tem relevância maior do que as demais linhas de negócios. Ou seja, quando os juros permanecem elevados por um período prolongado, há pressão sobre a capacidade de expansão da carteira de crédito.
Isso acontece porque o cenário se torna mais arriscado, com famílias mais comprometidas financeiramente e empresas enfrentando níveis de endividamento e carga financeira mais altos. Assim, os bancos adotam uma postura mais conservadora, enquanto empresas e consumidores reduzem consumo e investimentos.
Segundo a instituição, é num ambiente de juros baixos que os bancos tendem a crescer mais, gerando valor para a indústria como um todo, estimulando a economia, o emprego, a produtividade e, consequentemente, o Produto Interno Bruto (PIB).
— No fundo, juros baixos são estruturalmente bons para todos, inclusive para os bancos. É nesse cenário que os bancos crescem mais, em que você cria valor para a indústria como um todo, em que você estimula a economia, gera emprego, gera produtividade, gera produção, aumenta o PIB — disse Maluhy Filho.
O banco avalia que há espaço para o início do ciclo de redução da taxa Selic já em janeiro. A expectativa é de um corte inicial de 0,25 ponto percentual e de que a taxa básica encerre o ano em torno de 12,75%. Essa projeção se baseia no fato de que a inflação segue convergindo, ainda que de forma lenta, e que as expectativas inflacionárias continuam melhorando, avaliou o executivo.
— Agora, o mais importante é lembrar que a taxa de juros existe por uma razão, ela é o sintoma, ela não é a causa. O objetivo da taxa de juros é justamente evitar com que a inflação suba de forma intensa e passe a ser um imposto regressivo para as classes menos favorecidas. Então, a inflação corrói o poder de compra, corrói a massa salarial, então é muito importante que a inflação esteja controlada para que a gente consiga, no longo prazo, atacar a questão e toda a desigualdade que existe no Brasil.
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