Finanças

Brasil cria 213 mil empregos formais em setembro

Salário médio teve uma queda de R$ 20,61 em relação ao mês passado

Agência O Globo - 30/10/2025
Brasil cria 213 mil empregos formais em setembro

O Brasil registrou a criação de 213.002 vagas de emprego com carteira assinada ems setembro, de acordo com dados divulgados nesta segunda-feira pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Apesar do saldo positivo, o resultado é 15,5% menor em relação a setembro de 2024, quando foram abertas 252.237 mil vagas.

Segundo o Valor Data, o resultado de setembro ticou acima da estimativa mediana de instituições financeiras, gestoras de recursos e consultorias, de abertura líquida de 172,5 mil vagas, segundo o Valor Data. As projeções, todas positivas, iam de 136 mil a 220 mil.

Ao todo, foram 2.292.492 admissões e 2.079.490 desligamentos no mês de setembro. O saldo positivo é superior ao registrado em agosto, quando houve a criação de 147.358 vagas formais.

No acumulado de 12 meses, de outubro de 2024 a setembro 2025, foram 1.399.904 vagas criadas, menor que o saldo observado no mesmo período para o ano passado (de outubro de 2023 a setembro de 2024) com 1.851.901 vagas. No acumulado de janeiro a setembro, o saldo é de 1.716.600 vagas.

Os números fazem parte do Novo Cadastro Geral da Empregados e Desempregados (Caged), sistema do governo que acompanha as admissões e demissões de trabalhadores com carteira assinada. Ele é um dos principais termômetros do emprego no Brasil e serve de base para políticas públicas voltadas ao mercado de trabalho.

O economista da XP, Rodolfo Margato, avaliou que o resultado do mercado de trabalho veio acima das expectativas e reforça o quadro de emprego aquecido no país. Segundo ele, os indicadores permanecem em níveis “historicamente elevados”, o que mostra a resiliência da economia mesmo em um cenário de desaceleração gradual da atividade.

– Em nossa avaliação, a taxa de desemprego permanecerá abaixo de seu nível neutro (NAIRU), estimado entre 7,0% e 7,5%, por um período prolongado – afirmou Margato.

Apesar das oscilações mensais, o economista destacou que o emprego formal continua firme. Ele prevê, no entanto, uma moderação no ritmo de contratações ao longo do próximo ano.

– O emprego formal segue forte, apesar das oscilações mensais relevantes. Projetamos que o ritmo médio de criação de vagas desacelere de aproximadamente 150 mil no 1S25 para 75 mil no 2S25, em linha com a moderação da atividade doméstica. O crescimento do PIB total deve desacelerar de uma média de 0,8% T/T-1 para 0,2% T/T-1 na comparação entre os semestres – explicou.

Margato acrescentou que o cenário de desemprego baixo e aumento dos salários reais deve se manter.

– Prevemos que a taxa de desemprego atingirá 6,0% ao final de 2025 e 6,3% ao final de 2026 (com ajuste sazonal). A demanda doméstica deve acelerar ao longo do próximo ano, na esteira de estímulos fiscais e creditícios – disse.

Para os próximos anos, o economista projeta um ritmo sólido de geração de empregos, embora mais moderado que o atual.

– Projetamos criação líquida de 1,340 milhão de empregos formais em 2025, após 1,680 milhão em 2024. Nossa projeção para 2026 é de 950 mil – completou.

Desempenho por setor

O setor de serviços foi o maior gerados de postos de trabalho, com saldo de 106.606 novas vagas.

Serviços: 106.606 vagas

Indústria: 43.095 vagas

Comércio: 36.280 vagas

Construção: 23.855 vagas

Agropecuária: 3.167 vagas

Na divisão por estados, todas as 27 unidades federativas registraram saldos positivos. Os maiores saldos foram: São Paulo (+49.052); Rio de Janeiro (+16.009); e Pernambuco (+15.602). Já com os menores saldos, ficaram: Roraima (+295); Amapá (+735); e Acre (+845).

Salário médio de admissão

O salário médio de quem conseguiu uma vaga formal em setembro foi de R$ 2.286,34 uma diminuição de R$ 20,61 (-0,9%) em relação a agosto (R$ 2.306,94). Na comparação com setembro de 2024, o ganho real foi de R$ 17,35 (0,8%).