O ponteiro Manuel Armoa, do Guarulhos e da seleção da Argentina de vôlei, registrou um boletim de ocorrência por injúria racial na madrugada deste domingo, em Bauru, interior de São Paulo.

Segundo informações do site GE, o atleta de 23 anos relatou ter sido chamado de "mono" ("macaco", em espanhol) diversas vezes por um torcedor do Sesi Bauru durante a partida entre as equipes, válida pela Superliga masculina, realizada na noite de sábado.

Após o episódio, Armoa pulou a grade e se dirigiu à arquibancada para confrontar o torcedor, sendo acompanhado por colegas de equipe e jogadores do time da casa. O torcedor, ao se ver acuado, deixou o ginásio, mas foi posteriormente identificado pelo Sesi Bauru.

"Dez minutos depois do jogo, eu estava fazendo alongamento, bem de boa e tranquilo. E um cara começa de longe falar para mim: 'mono chora, mono chora'. Uma, duas, três, quatro vezes, e fazendo gestos", relatou Armoa ao GE. "Eu fui lá, comecei a brigar com ele, mas sem contato físico. E aí chegou o Marcos Junior (jogador do Sesi-Bauru) e aí todo mundo começou a falar. Racismo não pode ser aceito."

Este não é o primeiro caso de racismo envolvendo Armoa. Em 2022, o jogador já havia denunciado, em suas redes sociais, ter sido alvo de insultos racistas no Chile, durante uma partida das eliminatórias dos Jogos Pan-Americanos. Na ocasião, uma pessoa na arquibancada também arremessou uma garrafa contra o atleta argentino, levando à interrupção do jogo.

No duelo deste sábado, Armoa marcou 29 pontos — sendo o maior pontuador ao lado do colega Bryan —, mas não conseguiu evitar a derrota do Guarulhos por 3 sets a 2 diante do Sesi Bauru. A partida foi marcada por um dos tie-breaks mais longos da história da competição, com 66 pontos. O time da casa venceu com parciais de 26/28, 25/23, 19/25, 25/19 e 34/32, após 3h15 de jogo.