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Astrônomos descobrem exoplaneta em zona habitável que pode ser estudado diretamente

25/10/2025
Astrônomos descobrem exoplaneta em zona habitável que pode ser estudado diretamente
Foto: © Foto / Michael Marcheschi/m2design/Universidade da California, Irvine

Astrônomos identificaram uma super-Terra, a apenas 18 anos-luz, como um dos exoplanetas mais promissores para abrigar vida. Com massa rochosa e órbita na zona habitável de sua estrela, o planeta pode ter água líquida — e está próximo o suficiente para futuras observações diretas.

Um novo exoplaneta acaba de entrar no radar dos astrônomos como um dos mais promissores para a busca por vida fora da Terra. Batizado de GJ 251c, ele está localizado a apenas 18 anos-luz de distância e possui uma massa mínima de 3,84 vezes a da Terra. O que mais empolga os cientistas é sua posição privilegiada: o planeta orbita sua estrela dentro da chamada zona habitável, onde as condições podem permitir a existência de água líquida — elemento essencial para a vida como conhecemos.

Segundo o astrônomo Suvrath Mahadevan, da Universidade Estadual da Pensilvânia, GJ 251c está na "Zona Cachinhos Dourados", uma faixa orbital ideal para que a água permaneça em estado líquido, desde que o planeta tenha uma atmosfera adequada. Embora os ingredientes exatos para a vida ainda sejam um mistério, os cientistas já sabem que uma composição rochosa e temperaturas compatíveis com a presença de água líquida são fatores essenciais, e GJ 251c parece atender a ambos.

Exoplanetas com essas características são raros entre os milhares já catalogados, e encontrar um tão próximo da Terra é uma oportunidade valiosa. Paul Robertson, da Universidade da Califórnia, Irvine, destaca que, em termos cósmicos, GJ 251c é praticamente nosso vizinho, o que facilita estudos mais detalhados e aumenta as chances de descobertas significativas sobre sua composição e potencial habitabilidade.

O planeta orbita a estrela GJ 251, uma anã vermelha com cerca de um terço da massa e do diâmetro do Sol. Por ser menor e mais fria, sua zona habitável está mais próxima da estrela, o que torna mais fácil detectar planetas com órbitas curtas. Essa característica foi decisiva para a equipe liderada por Corey Beard, da UC Irvine, que já havia identificado outro planeta no sistema, o GJ 251b, mas em uma órbita muito próxima para ser habitável.

Com mais de duas décadas de dados acumulados sobre a estrela, os pesquisadores realizaram novas observações de alta resolução para detectar variações sutis causadas pela gravidade dos planetas em órbita. Foi assim que, além de confirmar o planeta já conhecido, encontraram sinais de um segundo corpo celeste — GJ 251c — com uma órbita de 53,6 dias, exatamente na zona habitável da estrela.

Apesar da descoberta, ainda há muito a ser revelado sobre GJ 251c. Como ele não transita em frente à sua estrela, não é possível medir seu diâmetro ou obter dados mais precisos sobre sua composição. No entanto, os cientistas acreditam que ele será um excelente alvo para futuras campanhas de imageamento direto, que permitirão observar o planeta em si, e não apenas seus efeitos sobre a estrela.

A expectativa é que a próxima geração de telescópios traga avanços decisivos para esse tipo de estudo. "Estamos na vanguarda da tecnologia e dos métodos de análise com este sistema", afirma Beard. Embora ainda não seja possível confirmar a presença de atmosfera ou vida, GJ 251c representa uma descoberta empolgante e um alvo promissor para futuras explorações.


Por Sputinik Brasil