Os astrônomos forneceram uma nova explicação para a natureza da erupção de raios gama mais longa conhecida GRB 250702B, que durou cerca de sete horas. As suas propriedades encaixam-se melhor no modelo de uma queda de um buraco negro em uma estrela de hélio, resultando em uma explosão e na formação de um disco de acreção e jatos estreitos.

As erupções de raios gama são geralmente divididas em curtas e longas, dependendo se duram mais ou menos de dois segundos. No entanto, há pouco tempo uma pequena população de raios gama extremamente longos (mais de 1.000 segundos) foi descoberta, que é difícil de explicar dentro do quadro das teorias tradicionais usadas para interpretar outros raios gama: a morte de uma estrela massiva com o nascimento de um objeto compacto, a fusão de objetos compactos ou o colapso por maré de uma estrela com um buraco negro supermassivo.

Um grupo de astrônomos liderado por Eliza Neights da Universidade George Washington publicou os resultados de uma análise de observações multiondas da maior explosão de raios gama descoberta até agora, GRB 250702B.

Para descrever o GRB 250702B, um grupo internacional de mais de 50 astrofísicos explorou quase todas as possibilidades. Foi uma erupção magnetar, uma fusão de estrelas de nêutrons ou um buraco negro supermassivo no centro de uma galáxia? No entanto todas essas opções foram eliminadas.

No final, os cientistas concentraram-se em um modelo da evolução de um sistema duplo que inclui uma estrela de hélio e um objeto compacto na forma de uma estrela de nêutrons ou, o que parece ser mais plausível, um buraco negro de rotação rápida de massa estelar.

A estrela de hélio é o núcleo de uma estrela massiva no estágio de camada comum, neste caso a órbita do sistema binário pode encolher tanto durante a evolução da estrela maciça que o buraco negro vai cair sobre o núcleo, o que será acompanhado pela explosão deste último e a formação de um disco de acreção e jatos ultrarrelativísticos estreitos.