Esportes

Jogadores franceses de rugby acusados ​​de estupro na Argentina são liberados para deixar o país

Juíza também rejeitou pedido da vítima para realizar mais testes psicológicos nos atletas

Agência O Globo - GLOBO 03/09/2024
Jogadores franceses de rugby acusados ​​de estupro na Argentina são liberados para deixar o país

Os dois jogadores da seleção francesa de rugby acusados ​​de estupro por uma mulher na Argentina há dois meses foram autorizados a deixar o país depois que a acusação perdeu “força”, informou um tribunal da província de Mendoza. A denúncia não se opôs à autorização de saída dos atletas Hugo Auradou e Oscar Jegou, ambos de 21 anos, proposta nesta segunda-feira pelo Ministério Público, “portanto a referida resolução permanece firme e eles poderão sair do país a partir deste momento”, indicou uma declaração do Juizado Penal Colegiado 1 de Mendoza.

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“Você pode sair agora”, confirmou à AFP Martín Ahumada, porta-voz da justiça provincial de Mendoza.

Isto significa “um imenso alívio que confirma a inocência destes dois jogadores”, disse à AFP o advogado de defesa Antoine Vey.

“A partir de agora teremos que vencer a luta pela sua reabilitação mediática, que passa pelo seu regresso aos campos desportivos e às competições de alto nível.”

A juíza Eleonora Arenas também rejeitou pedido da autora para realizar mais testes psicológicos nos atletas. Auradou e Jegou continuam acusados ​​de estupro agravado por supostos fatos ocorridos na noite de 6 para 7 de julho em um quarto de hotel em Mendoza, onde a seleção francesa de rugby disputou uma partida contra o Pumas argentino.

Os jogadores afirmam que as relações sexuais com a denunciante, uma mulher de 39 anos que conheceram em uma boate, foram consensuais e negam qualquer tipo de violência.

"Ele perdeu forças"

Os advogados dos jogadores de rugby apresentaram um pedido de demissão no dia 27 de agosto – ou seja, para que o caso seja encerrado antes de ir a julgamento – embora ainda não se saiba quando será a audiência para discutir esse pedido.

Ao publicar na segunda-feira sua decisão de autorizar a saída de Auradou e Jegou, o Ministério Público de Mendoza escreveu que "se percebe, ao percorrer o profuso plexo de provas incorporadas, que a acusação inicial perdeu força, o que deve necessariamente também terá impacto na avaliação do risco específico de voo".

Quando Auradou e Jegou foram libertos em Mendoza, em meados de agosto, após terem sido presos em 8 de julho em Buenos Aires, a promotoria havia determinado que não havia elementos suficientes para sua prisão preventiva "devido a claras contradições internas e periféricas" na história da acusadora.

A advogada da demandante, Natacha Romano, disse nesta terça-feira que estava insatisfeita com a decisão do juiz e descreveu o valor da fiança de quase US$ 10 mil (cerca de R$ 56,4 mil) estabelecido para cada um deles como “risível”.

Explicou ainda aos jornalistas que os jogadores devem comparecer perante a embaixada ou consulado se necessário “e perante este Ministério Público se necessário pessoalmente, caso contrário será, claro, virtualmente”.

A Federação Francesa de Rugby (FFR) saudou a decisão do Ministério Público argentino de autorizar o regresso à França dos dois atletas e lembrou “a presunção de inocência dos dois jogadores, que sempre alegaram a sua inocência”.