Esportes
Jogadores franceses de rugby acusados de estupro na Argentina são liberados para deixar o país
Juíza também rejeitou pedido da vítima para realizar mais testes psicológicos nos atletas
Os dois jogadores da seleção francesa de rugby acusados de estupro por uma mulher na Argentina há dois meses foram autorizados a deixar o país depois que a acusação perdeu “força”, informou um tribunal da província de Mendoza. A denúncia não se opôs à autorização de saída dos atletas Hugo Auradou e Oscar Jegou, ambos de 21 anos, proposta nesta segunda-feira pelo Ministério Público, “portanto a referida resolução permanece firme e eles poderão sair do país a partir deste momento”, indicou uma declaração do Juizado Penal Colegiado 1 de Mendoza.
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“Você pode sair agora”, confirmou à AFP Martín Ahumada, porta-voz da justiça provincial de Mendoza.
Isto significa “um imenso alívio que confirma a inocência destes dois jogadores”, disse à AFP o advogado de defesa Antoine Vey.
“A partir de agora teremos que vencer a luta pela sua reabilitação mediática, que passa pelo seu regresso aos campos desportivos e às competições de alto nível.”
A juíza Eleonora Arenas também rejeitou pedido da autora para realizar mais testes psicológicos nos atletas. Auradou e Jegou continuam acusados de estupro agravado por supostos fatos ocorridos na noite de 6 para 7 de julho em um quarto de hotel em Mendoza, onde a seleção francesa de rugby disputou uma partida contra o Pumas argentino.
Os jogadores afirmam que as relações sexuais com a denunciante, uma mulher de 39 anos que conheceram em uma boate, foram consensuais e negam qualquer tipo de violência.
"Ele perdeu forças"
Os advogados dos jogadores de rugby apresentaram um pedido de demissão no dia 27 de agosto – ou seja, para que o caso seja encerrado antes de ir a julgamento – embora ainda não se saiba quando será a audiência para discutir esse pedido.
Ao publicar na segunda-feira sua decisão de autorizar a saída de Auradou e Jegou, o Ministério Público de Mendoza escreveu que "se percebe, ao percorrer o profuso plexo de provas incorporadas, que a acusação inicial perdeu força, o que deve necessariamente também terá impacto na avaliação do risco específico de voo".
Quando Auradou e Jegou foram libertos em Mendoza, em meados de agosto, após terem sido presos em 8 de julho em Buenos Aires, a promotoria havia determinado que não havia elementos suficientes para sua prisão preventiva "devido a claras contradições internas e periféricas" na história da acusadora.
A advogada da demandante, Natacha Romano, disse nesta terça-feira que estava insatisfeita com a decisão do juiz e descreveu o valor da fiança de quase US$ 10 mil (cerca de R$ 56,4 mil) estabelecido para cada um deles como “risível”.
Explicou ainda aos jornalistas que os jogadores devem comparecer perante a embaixada ou consulado se necessário “e perante este Ministério Público se necessário pessoalmente, caso contrário será, claro, virtualmente”.
A Federação Francesa de Rugby (FFR) saudou a decisão do Ministério Público argentino de autorizar o regresso à França dos dois atletas e lembrou “a presunção de inocência dos dois jogadores, que sempre alegaram a sua inocência”.
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