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PF nega acesso de Gustavo Scarpa a laudos sobre pedras preciosas apreendidas em ação contra Willian Bigode

AGU se manifestou contra liberação dos exames que atestarão procedência e valor dos minérios, seguindo entendimento da Polícia Federal

Agência O Globo - GLOBO 17/02/2024
PF nega acesso de Gustavo Scarpa a laudos sobre pedras preciosas apreendidas em ação contra Willian Bigode

A Advocacia-Geral da União (AGU) se manifestou contra o acesso do jogador Gustavo Scarpa, do Atlético-MG, aos laudos sobre as pedras preciosas apreendidas pela Polícia Federal no ano passado e que pertencem à Xland Gestora de Investimentos. O pedido havia sido feito pelo atleta em uma ação que tramita na Justiça de São Paulo contra a empresa, o jogador Willian Bigode e a WLCJ Consultoria, que pertence ao atacante do Santos.

O parecer da AGU sobre o pedido seguiu entendimento da Polícia Federal, que alegou que “a divulgação de informações sobre o laudo merceológico, no presente momento, afigura-se precipitada, na medida em que pode prejudicar o andamento da investigação e a eventual recuperação de ativos obtidos com os crimes sob exame”. As informações foram divulgadas pelo portal “Metrópoles”.

Scarpa havia pedido acesso ao resultado do laudo merceológico que seria realizado nas pedras de alexandrita apreendidas na sede da empresa Sekuro Private Box, contratada pela Xland para guardar os minérios. As pedras, segundo a empresa, têm valor de R$ 2,1 bilhões e serviam de garantia para os clientes que investissem com a Xland.

O laudo merceológico visa a atestar se a procedência das pedras é lícita ou não, e suas conclusões devem também indicar o real valor de mercado dos itens. O juiz responsável pelo processo na 10ª Vara Cível de São Paulo, Danilo Fadel de Castro, autorizou no mês passado que Scarpa enviasse ofício à Superintendência da PF para pedir o acesso aos resultados, considerando que essas informações são “de total interesse” do jogador.

Entenda o caso

Gustavo Scarpa investiu parte do seu patrimônio na empresa Xland após receber conselhos do então companheiro de Palmeiras Willian Bigode. A promessa era de que o lucro poderia chegar a 5% ao mês, muito acima do que qualquer aplicação no mercado. Para convencer o meio-campista a investir, Gabriel Nascimento, um dos donos da empresa, chegou a dizer que a empresa tinha R$ 2,1 bilhões em pedras de alexandrita, um mineral de grande valor, além de possuir chácaras e terrenos como garantia.

Além de Scarpa, Mayke e Weverton investiram partes de seus capitais. O lateral-direito relata ter investido R$ 4.083.000 e não ter conseguido sacar os valores de rentabilidade, enquanto o goleiro não quis falar com a reportagem do Fantástico, da TV Globo, sobre o caso.

Scarpa e Mayke processam três empresas: Xland, WLJC e Soluções Tecnologia Eireli enquanto tentam reaver mais de R$ 10 milhões investidos em criptoativos, sob promessas de retornos de 3,5% a 5%. Scarpa investiu R$ 6,3 milhões e Mayke, R$ 4,08 milhões.