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Tiroteio após o Super Bowl não tem relação com 'terrorismo ou extremismo', conclui investigação

Milhares de pessoas comemoravam título do Kansas City Chiefs, quando foram ouvidos tiros perto do estacionamento de uma estação ferroviária da região

Agência O Globo - GLOBO 16/02/2024
Tiroteio após o Super Bowl não tem relação com 'terrorismo ou extremismo', conclui investigação
Tiroteio após o Super Bowl não tem relação com 'terrorismo ou extremismo', conclui investigação - Foto: Reprodução

O tiroteio que deixou um morto e mais de vinte feridos durante a festa da vitória dos Chiefs no Super Bowl, nos Estados Unidos, teve origem após uma “disputa entre várias pessoas”, disse nesta quinta-feira a chefe da polícia do Kansas City (Missouri, centro), Stacey Graves. Segundo ela, “não há ligação com terrorismo ou extremismo local", com o ocorrido sendo "aparentemente uma disputa entre várias pessoas que culminou com disparos de tiros”. Ela ainda confirmou que dois dos três detidos são “menores”.

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Dezenas de milhares de pessoas comemoravam o título da equipe do Kansas City Chiefs, que desfilou pelas ruas desta cidade do Missouri após sua consagração no domingo na final do futebol americano, quando foram ouvidos tiros perto do estacionamento da estação ferroviária Union Station. As autoridades contabilizaram um total de uma pessoa morta e 22 feridas.

A estação de rádio local KKFI anunciou em sua página no Facebook que uma de suas apresentadoras, Lisa Lopez, de 43 anos, filha de pais mexicanos, morreu durante o tiroteio. O presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, enviou nesta quinta-feira as suas “condolências aos pais de alguém que perdeu a vida ontem num tiroteio nos Estados Unidos”, em declarações na sua conferência de imprensa diária.

Os feridos têm idades entre 8 e 47 anos, e “pelo menos metade tem menos de 16 anos”, disse o chefe dos bombeiros Ross Grundyson nesta quinta-feira durante uma entrevista coletiva horas após a tragédia que ocorreu no final do desfile. Entre as crianças feridas há também pelo menos “um filho de mexicanos”, segundo a chanceler daquele país, Alicia Bárcena.

"Epidemia sem sentido"

A polícia lançou um pedido para que aqueles que “observaram diretamente o tiroteio, têm um vídeo do tiroteio ou foram vítimas do tiroteio e ainda não se identificaram” prestem depoimento. Uma plataforma do FBI também foi ativada para coletar vídeos que possam ajudar na investigação.

Os tiroteios em massa são comuns nos Estados Unidos, onde existem quase 400 milhões de armas, mais do que pessoas. Na noite de quarta-feira, o presidente Joe Biden pediu novamente ao Congresso que legislasse para conter a violência armada no país.

Biden falou de uma “tragédia” e disse que rezava “pelos mortos e feridos hoje em Kansas City”, mas também pelos Estados Unidos, para que “encontrem a determinação para acabar com esta epidemia sem sentido”. Quase 49 mil pessoas morreram por tiros em 2021 no país, contra 45 mil em 2020, que já havia sido um ano recorde.

Este número representa mais de 130 mortes por dia. Mais da metade deles são suicidas. Há já algum tempo que o Congresso dos EUA não adopta qualquer legislação ambiciosa sobre esta matéria, uma vez que vários legisladores estão sob a influência da poderosa National Rifle Association (NRA).

O prefeito da cidade, Quinton Lucas, presente no desfile com sua família, disse que sua “primeira reação é de raiva absoluta”.

“Este é um dia há muito esperado por muitas pessoas. Algo de que se lembrarão durante toda a vida. E a memória não deve ser a de uma ameaça de violência armada”, declarou.