Há 17 dias, a seleção da Costa do Marfim sofria uma goleada humilhante por 4 a 0 para a Guiné Equatorial — que derrubou o treinador Jean-Louis Gasset— e flertava com a possibilidade vexatória de ser eliminada da Copa Africana de nações, que sedia, ainda na fase de grupos. Hoje, a equipe de Haller, Kessié e companhia é finalista da competição, após bater a surpreendente República Democrática do Congo na semifinal, ontem, por 1 a 0. Decidirá o título domingo, contra a forte Nigéria de Victor Osimhen.

— É um sonho para a gente. Duas semanas atrás estávamos longe de pensar em uma final — comemorou Emerse Faé, ex-meia que assumiu como técnico interino dos anfitriões.

Em campo, Haller fez o gol da vitória completando cruzamento de Singo de forma até desajeitada. Contou com o quique da bola, que tirou as chances do goleiro M’Pasi na jogada e entrou no ângulo.

O milagre marfinense na competição coincide com o pessoal do jogador, que em julho de 2022 foi afastado do futebol por um câncer no testículo. Em janeiro do ano seguinte, venceu a batalha contra a doença e voltou a atuar pelo Borussia Dortmund. Na sua primeira grande competição pela seleção após o afastamento, enfrentou lesão na fase de grupos e pouco tempo de jogo no mata-mata.

Seu primeiro gol no torneio foi justamente o de ontem. O momento simbólico enche os Elefantes de esperança na busca pelo terceiro título da competição, conquistada também em 1992 e 2015. Classificados na última vaga dos melhores terceiros colocados, eliminaram Senegal e Mali para ir às semis.

Do outro lado, enfrentarão a Nigéria, que fez semifinal dramática contra a África do Sul, decidida nos pênaltis. As Super Águias buscam o quarto título da competição (venceram em 1980, 1994 e 2013). Osimhen, do Napoli, é o grande nome, mas o atacante Ademola Lookman, da Atalanta, é o destaque até aqui: marcou dois contra Camarões nas oitavas e o da vitória sobre Angola nas quartas.

Catar quer o bicampeonato

Pouco mais de um ano depois da histórica final de Copa do Mundo, o Lusail Stadium será palco de um possível novo sonho catari, desta vez com sua própria seleção: o bicampeonato da Copa da Ásia, conquistado pela última vez pelo Japão em 2000 e 2004. Os cataris, campeões pela primeira vez em 2019, contaram com grande jogo do ponta Akram Afif, ícone local, para bater o Irã por 3 a 2 em jogaço, ontem. Além de Afif, vice-artilheiro da competição com cinco gols, Gaber abriu o placar e Almoez Ali marcou o gol da vitória.

Os comandados de Tintín Márquez, substituto de Carlos Queiroz, despacharam Palestina, Uzbequistão e Irã. Na final, encaram a surpresa Jordânia, que chega pela primeira vez à decisão. Comandados pelo camisa 10 Moussa Tamari, autor de um dos gols, os jordanianos surpreenderam a favorita Coreia do Sul, de Son, na semifinal: 2 a 0.