Esportes

Primeira amazona brasileira a disputar as Olimpíadas, Lucia de Faria morre aos 78 anos

Ela ocupava o cargo de vice-presidente da Federação Equestre do Rio de Janeiro há três anos

Agência O Globo - GLOBO 03/02/2024
Primeira amazona brasileira a disputar as Olimpíadas, Lucia de Faria morre aos 78 anos

Um dos grandes nomes do hipismo mundial nas décadas de 1960 e 1970, a amazona Lucia Faria de Alegria Simões faleceu na última segunda-feira (29), aos 78 anos. Ela foi a primeira amazona brasileira a disputar os Jogos Olímpicos, quando conseguiu um sétimo lugar na competição individual do México, em 1968. Há três anos, ocupava o cargo de vice-presidente da Federação Equestre do Rio de Janeiro, que lamentou profundamente sua perda.

"Lúcia era muito mais do que Vice-presidente. Era uma parceira com quem mais pudemos contar ao longo desses três anos de mandato. Ela era a luz da Federação e, carinhosamente, chamada de 'nossa rainha'. Uma pessoa extremamente educada, generosa, delicada, apaixonada pelos cavalos desde sua infância, sem falar no profundo conhecimento do esporte e a vontade de trabalhar pelo hipismo", disse a entidade, através das redes sociais.

Nascida no Rio de Janeiro e apaixonada pelo esporte, tinha grande habilidade com o cavalo e elegância na montaria do animal. Em 1969, ajudou o Brasil a ganhar uma Copa das Nações e zerou o tradicional percurso do GP de La Baule. Ela venceu a prova com o Rush de Camp, mesmo equino com quem fez a campanha histórica nas Olimpíadas do ano anterior.

Seus feitos abriram caminho para outras amazonas brasileiras no exterior. Muito querida no meio, todos os cavaleiros tinham grande admiração por ela. Após fazer na carreira na Europa e se aposentar, não deixou de viver do hipismo. Antes de se tornar dirigente, também ministrou aulas e se tornou desenhista internacional de circuitos, cargo conhecido como course-designer.

Era tão relacionada com o hipismo que se casou com o cavaleiro olímpico Antonio Alegria Simões. Na vida doméstica, era apontada como uma mulher disciplinada, gentil, e que não costumava se irritar muito. Também não era de se gabar sobre seus feitos no esporte.

Deixou o marido, dois filhos, Carolina e André, e dois netos. A filha seguiu os mesmo caminhos e também se tornou uma amazona, enquanto ele virou engenheiro.