Esportes

Medalha de recorde olímpico no salto em distância registrada há mais de 50 anos será leiloada

Marca do americano Bob Beamon, alcançada em 1968, superava com folga a anterior

Agência O Globo - GLOBO 31/01/2024
Medalha de recorde olímpico no salto em distância registrada há mais de 50 anos será leiloada

Meio século depois de seu salto em distância de 8,90 metros nos Jogos Olímpicos de 1968, na Cidade do México, o recorde de Bob Beamon ainda permanece, mas o ex-atleta vai abrir mão de sua medalha de ouro. Aos 77 anos, ele confirmou que "é hora de entregá-la", pouco antes do leilão, que será organizado pela Christie's, nesta quinta-feira, em Nova York.

Ingressos de até R$ 14 mil, 60 mil seguranças, 3 milhões de bananas: as Olimpíadas de Paris 2024 em números

Com Lebron, Curry e Durant: EUA anunciam lista de 41 jogadores que concorrem à vaga nas Olimpíadas de Paris

Paris 2024: Sócrates será homenageado na cidade onde a delegação brasileira ficará hospedada nas Olimpíadas

O salto histórico de Beamon quebrou o recorde anterior em quase 55 centímetros e permaneceu como um recorde mundial até o Campeonato Mundial de Tóquio de 1991 — mas ainda permanece como recorde olímpico. Em meio a um mercado crescente de itens de memória esportiva, os especialistas da Christie's avaliaram o item entre US$ 400 mil e US$ 600 mil (entre R$ 1,98 milhão e R$ 2,97 milhões).

“O leilão foi uma excelente forma de mostrar a medalha, mas também de preservar as memórias dela”, disse Beamon à AFP, acrescentando que espera que ela chegue a alguém que “entenda o significado das conquistas atléticas”.

Os próximos Jogos de Paris, marcados para julho, oferecem muitas oportunidades para exibir o ouro em exposições ao público, afirmou o ex-atleta. Beamon ainda se lembra do "dia extraordinário", 18 de outubro de 1968, depois de quase perder os jogos por errar dois de seus saltos de qualificação.

Mas "naquele dia [...] tudo estava perfeito para mim. O vento estava perfeito. O tempo quando saltei estava perfeito", lembra ele. "Choveu logo depois que pulei." “Cometi alguns erros nas preliminares e queria ter certeza de que nas finais conseguiria um salto justo, um salto legal”, disse ele. “Mas, para minha surpresa, não foi apenas um salto, mas foi um momento incrível na história.”

Problemas: sistema de transporte não ficará pronto a tempo das Olímpiadas de 2024, diz prefeita de Paris

Paris 2024: veja quais modalidades entram e quais saem para as Olimpíadas

Não foi a única história feita na Cidade do México: foram os mesmos jogos que viram John Carlos e Tommie Smith serem expulsos da competição depois de erguerem os punhos durante o hino nacional dos EUA para protestar contra a discriminação contra os afro-americanos. Smith e Carlos foram castigados em grande parte da mídia e do mundo esportivo dos EUA — mas isso não impediu Beamon, também negro, de levantar o punho no pódio no dia seguinte.

“Foi um dia muito importante para Tommie e John. Infelizmente, naquela época, não foi interpretado nesse sentido”, disse Beamon.

Hoje em dia, Beamon voltou a tocar bateria – uma paixão de infância que ele abandonou quando “os esportes se tornaram o número um para mim”. O título de um álbum recente que gravou, com um grupo de jazz e funk? "Alma Olímpica."