Esportes
Em meio a experiências internacionais de 'irmãs' europeias, Supercopa encaminha resolução de impasse de sede
Após semanas de indefinição, torneio deve ser realizado no Mineirão
Estádio cheio, lances emocionantes e muitos gols. Ontem, Real Madrid e Atlético de Madrid protagonizaram um grande clássico, que terminou com vitória por 5 a 3 dos merengues, pela semifinal da Supercopa da Espanha. O palco não foi nenhum gramado espanhol, mas o Al-Awwal Stadium, em Riad. É a terceira vez em quatro anos do formato de quatro clubes (hoje jogam Barcelona e Osasuna) em que o torneio acontece na Arábia Saudita.
Um contrato de 240 milhões de euros (R$ 1,2 bilhão) garantiu a realização do torneio no país asiático, em acordo que vai até 2029. Alternativa de negócios que ainda parece longe do futebol brasileiro. No país, a refundada Supercopa do Brasil começa a se consolidar como um dos grandes torneios nacionais, mas ainda esbarra em impasses logísticos, como o que vive atualmente, em meio a demora para oficializar uma sede.
Faltando menos de um mês para a quinta edição (no formato atual), o torneio ainda não tem sede definida. O jogo entre São Paulo e Palmeiras, campeões da Copa do Brasil e do Brasileirão, respectivamente, deve ser realizado no Mineirão, em Belo Horizonte, dia 3 de fevereiro.
Além das questões pertinentes à seleção brasileira, a entidade se viu às voltas para definir o local da partida em meio à instabilidade que vivia desde dezembro. Com veto do Ministério Público a torcida dividida em clássicos em São Paulo, foi preciso procurar fora do estado. O Maracanã era uma opção benquista entre os clubes e a CBF, mas passa por manutenção no gramado. O Mané Garrincha, sede das edições 2020, 2021 e 2023, tem evento marcado para o dia da competição.
O impasse mexe diretamente com a logística dos torcedores e com o torneio, que vem se construindo em relevância após sua “refundação” há quatro anos:
— A Supercopa está se consolidando a cada ano e se tornando a abertura do calendário em termos de importância. Acredito que com um planejamento mais antecipado, as marcas podem se preparar melhor em questões de investimento em visibilidade e ativação — opina Fernando Paz, diretor comercial da Absolut Sport.
Na última edição, também houve demora na definição da sede, muito por conta da instabilidade causada pelos ataques do dia 8 de janeiro em prédios do governo federal em Brasília — afetando diretamente o Mané Garrincha, que acabou recebendo a partida de qualquer forma. Por outro lado, em campo, Flamengo e Palmeiras protagonizaram grande duelo, que terminou com o alviverde campeão vencendo por 4 a 3. Partida que ajudou o torneio a crescer ainda mais.
— Considero a Supercopa um evento de grande sucesso. Basta analisar o público das últimas edições não só pelos torcedores presentes nos estádios, mas como por exemplo, dados como o engajamento nas mídias sociais, que mostram que o evento já é um dos torneios de futebol mais seguidos pelos brasileiros. Essa audiência se reflete em negócios, em receita e em possibilidades de ativações. E mais ainda, em conexão com fãs do esporte — comenta Renê Salviano, CEO da Heatmap e especialista em marketing esportivo.
Experiências na Europa
Antes do contrato com a Arábia Saudita, a Espanha já tinha disputado uma edição do torneio fora do país, em 2018, no Marrocos. Outros países também já enxergaram na competição uma forma de fazer receita internacional. O futebol italiano tem experiências desde 1993, quando Milan e Torino se enfrentaram em Washington, nos Estados Unidos, um ano antes da Copa do Mundo.
Os italianos já jogaram em Líbia, China, Catar e Arábia Saudita. A partir do dia 18, realizam mais uma edição do torneio em terras sauditas, em Riad. Será a estreia do formato com quatro clubes, já utilizado na Espanha. Para especialistas, ainda faltam alguns passos para uma expansão semelhante no Brasil:
— (Para pensar em levar jogos para fora do país) é necessário ter um planejamento muito bem feito. Na Espanha jogam astros mundiais, o que ainda não ocorre na mesma intensidade com times brasileiros. Vale um estudo, pois a grande parte dos torcedores não conseguiriam acompanhar seus clubes em outro país, e como a grande maioria das instituições comunicam que o torcedor é seu principal patrimônio, é importante entender se este movimento seria benéfico — argumenta Salviano.
Em 2022, o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, chegou a dizer que tinha propostas da Arábia Saudita e dos Estados Unidos. Segundo o ge, sediariam quatro edições da competição a partir do ano seguinte. Mas as tratativas não avançaram. De qualquer forma, as premiações do torneio mostram rentabilidade. No ano passado, o campeão Palmeiras recebeu R$ 10 milhões e o Flamengo faturou R$ 5 milhões com o vice-campeonato.
Para Paz, ainda é possível explorar outros mercados dentro do Brasil. Em 2022, o torneio foi disputado na Arena Pantanal:
— O Brasil é muito grande, e esse jogo poderia rodar o país antes de pensar em sair dele. Temos muitos estados carentes de bons jogos em que seria muito interessante levar essa emoção para os torcedores.
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