Esportes
Estrelas e entidades esportivas lamentam saída de Ana Moser do Ministério do Esporte
Ex-ministra declarou que "vê com tristeza e consternação" a interrupção do trabalho no Governo Federal
Quando Luiz Inácio Lula da Silva, ainda candidato, encontrou com lideranças do Esporte disse que o "Esporte não era moeda de troca". Em menos de um ano, o presidente Lula trocou a ministra do Esporte Ana Moser para dar a vaga ao deputado André Fufuca (PP-MA), buscando consolidação do governo no Congresso. Fufuca tomará posse do Ministério após o retorno do presidente Lula da reunião do G20, que acontece em Nova Delhi, na Índia, nos dias 9 e 10 de setembro.
Com as mudanças, Lula demite a segunda mulher em nove meses de governo. Lula tirou do primeiro escalão Daniela Carneiro, para nomear Celso Sabino na pasta do Turismo, em acordo com o União Brasil. Ana Moser, ex-atleta de 54 anos, foi a primeira mulher a comandar a pasta criada em 1995. Com a seleção brasileira de vôlei, Moser conquistou a medalha de bronze nos Jogos Olímpicos de Atlanta, em 1996. Além disso, a ex-ministra também participou das edições de Seul, em 1988, e Barcelona, em 1992.
Ana Moser tinha respaldo de atletas e entidades esportivas. A Atletas pelo Brasil, a Comissão de Atletas do Comitê Olímpico do Brasil, o Conselho de Atletas do Comitê Paralímpico do Brasil, o Movimento Esporte pela Democracia, todos lamentaram a saída de Ana Moser. A entidades fizeram campanha para que a ex-jogadora não deixasse o cargo. Raí, Poliana Okimoto, Leomon Moreno, Yane Marques, Joanna Maranhão, Ana Mesquista, Fernanda Ferreira, Carol Solberg, Hortência, Virna, se manifestaram a favor da permanência da ministra.
Formado por atletas, ex-atletas, jornalistas, artistas e empresários, o Esporte pela Democracia criticou a postura do Governo Federal em postagem nas redes sociais. A nota ressalta a indignação e descuido com o esporte nacional.
— Lamentamos muito a queda da Ana Moser. Antes da eleição para ser terceiro mandato, o então candidato Lula prometeu aos esportistas, jornalistas, atletas e ex-atletas, em um evento presencial em São Paulo, que o esporte seria tratado como uma política de Estado em seu governo. Infelizmente, a demissão da ministra Ana Moser diz o contrário. Ao abrir mão de Moser em nome de governabilidade, atendendo a pressões do que há de mais fisiológico na política brasileira, Lula dá um passo atrás e decepciona profundamente aquelas pessoas que ouviram dele, em alto e bom som, que poderiam acreditar e sonhar com um futuro melhor, no qual o esporte seria um instrumento importante de inclusão e transformação social.
Via nota, Ana Moser declarou que "vê com tristeza e consternação" a interrupção do trabalho no Governo Federal, qualificando-o como uma "política pública de esporte inclusiva, democrática e igualitária".
"Recebi a decisão do presidente Lula, a quem agradeço pela confiança, de que deixarei a direção do Ministério do Esporte. Tivemos pouco tempo para mudar a realidade do Esporte no Brasil, mas sei que entregamos muito, construímos muito e levamos a política do presidente Lula aos que tivemos contato de norte a sul deste país. Continuarei lutando e contribuindo para uma política pública de esporte que seja para todas, todos e todes. Agradeço aos que estiveram comigo percorrendo este caminho curto e árduo", declarou Ana Moser sobre a decisão.
Hortência também lamentou a mudança: "Eu sinto muito porque perde o esporte brasileiro". Assim como a ex-jogadora de vôlei Virna Dias, que criticou a demissão de sua parceira no bronze em Atlanta 1996: "Lamento muito pela minha amiga! Promessa não cumprida! O esporte lamenta essa perda"
Carol Solberg, atleta do vôlei de praia, fez campanha para que Ana Moser continuasse à frente da pasta usando as mesmas palavras de Lula, de que o "esporte não é moeda de troca". Raí, ex-jogador de futebol, gravou vídeo em apoio à ex-ministra.
A bicampeã olímpica de vôlei Fabi Alvim também comentou a queda de Ana Moser nas redes sociais: "Triste para o esporte a saída da Ana Moser! Uma pena o tratamento dado a esse ministério"
A ex-nadadora Joanna Maranhão escreveu: "O esporte brasileiro perde com a decisão equivocada de Lula. Manter Ana não significava negar política e sim afirmar a de esporte como fundamental pro país".
A presidente da comissão de atletas do Comitê Olímpico o Brasil, Yane Marques, também lamentou a queda de Ana Moser e disse "esperar uma gestão bem intencionada e aberta ao diálogo"
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