Esportes
Federação espanhola demite Jorge Vilda, técnico campeão da Copa do Mundo Feminina
Decisão foi uma das primeiras medidas de renovação anunciadas pelo presidente Pedro Rocha
A Real Federação Espanhola de Futebol anunciou nesta terça-feira a demissão do técnico Jorge Vilda, campeão da Copa do Mundo Feminina 2023 e que estava no cargo desde 2015. A decisão foi uma das primeiras medidas de renovação anunciadas pelo presidente Pedro Rocha.
Jorge Vilda assumiu a seleção feminina da Espanha após experiências nos times sub-17 e sub-19. Com ele, a equipe conquistou pela primeira vez o Mundial, maior título do Futebol Feminino da Espanha, e alcançou o segundo lugar no ranking da Fifa.
O técnico, que havia sido apoiado por Luis Rubiales, presidente da federação espanhola que está suspenso provisoriamente pela Fifa, também foi bastante criticado por sua postura no polêmico discurso do presidente de Rubiales na Assembleia Extraordinária, onde ele não renunciou o cargo. Jorge Vilda apareceu aplaudindo as falas do dirigente.
"A RFEF demite Jorge Vilda do cargo de treinador nacional e diretor esportivo. O técnico foi fundamental para o crescimento notável do futebol feminino e deixa a Espanha como campeã mundial e segunda colocada no ranking da FIFA.", escreveu a federação nas redes sociais.
Treta com 'As 15' da Espanha
Jorge Vilda foi alvo de boicote por parte do elenco campeão antes da Copa do Mundo. A crise estourou em setembro de 2022, quando 15 jogadoras mandaram um e-mail à federação de futebol do país (RFEF) pedindo para não serem mais convocadas. Elas relatavam, em cartas individuais, que “os últimos acontecimentos” da seleção estavam “afetando significativamente o meu estado emocional e, portanto, a minha saúde”.
A situação foi atribuída a desavenças com o treinador da equipe, Jorge Vilda, que a partir da data passou a não convocar “as 15”, como ficaram conhecidas. As queixas passavam por toda a estrutura e o apoio dado à seleção feminina, e não se limitavam ao comando de Vilda. Após o treinador afirmar que iria continuar no cargo até o final do contrato, em 2024, “as 15” resolveram se afastar das atividades da seleção.
A crise também escancarou uma divisão no vestiário entre jogadoras dos dois principais clubes do país. Seis atletas do Barcelona (Patri Guijarro, Mapi León, Sandra Paños, Aitana Bonmatí, Mariona Caldentey e Claudia Pina) formaram a maior parte “das 15”, ainda com o apoio de Alexia Putellas, lesionada, e Irene Paredes, que apoiou publicamente o ato, apesar de não assinar a carta. Enquanto isso, nenhuma jogadora do Real Madrid se juntou ao protesto. Artilheira da Espanha, Jennifer Hermoso, hoje no Pachuca-MEX, também demonstrou apoio.
Meses de negociações internas trouxeram alternativas, mas não soluções, para o conflito. Em fevereiro, as convocações para os jogos preparatórios visando o Mundial trouxeram de volta Paredes e Hermoso à seleção. Em junho, oito das 15 jogadoras pediram à RFEF para serem consideradas para a Copa, mas apenas três fizeram parte da lista final das 23 convocadas: Aitana, Ona Battle e Mariona Caldentey. De acordo com Vilda, a decisão foi “meramente esportiva”.
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