Economia
Galípolo afirma que elevação dos juros 'está na mesa' do Copom
O diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, disse nesta segunda-feira, 12, que a autarquia depende de novos dados sobre a evolução da inflação e que uma alta da Selic (a taxa básica de juros) "está na mesa" do Copom. Segundo Galípolo, o colegiado também não forneceu nenhum guidance (sinalização) para decisões futuras na ata da última reunião, que aconteceu no final de julho.
Segundo ele, a menção na ata a cenário alternativo em que o IPCA ficaria em 3,2% no primeiro trimestre de 2026 - considerando hoje o horizonte relevante da atual política monetária - não deve ser lido como um indicativo de que o BC irá, necessariamente, manter a Selic parada em 10,5%. "Essa frase foi lida como retirar da mesa a possibilidade de altaNA SELIC, mas esse não é o diagnóstico. A alta está na mesa do Copom e precisamos ver como a situação irá se desdobrar", afirmou Galípolo, durante evento promovido pela Warren Investimentos .
Ele disse que a atuação do colegiado saiu de um ciclo de corte para uma percepção de que o Copom está disposto a conviver com um juro mais alto por mais tempo e que, se for necessário, pode haver alta de juro.
Quando questionado sobre os impactos da política fiscal no trabalho do BC, Galípolo respondeu que o desenrolar da política fiscal não pode mudar a percepção do BC sobre a perseguição da meta de inflação. "Enquanto diretor do BC, vamos perseguir (a meta da inflação)A META. Isso pode se dar com um custo maior ou menor."
Ex-secretário executivo do Ministério da Fazenda, Galípolo é visto hoje como o nome mais forte para ocupar o lugar do atual presidente do BC, Roberto Campos Neto, cujo mandato se encerra no fim do ano. Nos últimos dias, ele tem dado declarações que endossam um aperto na política monetária, no caminho contrário ao que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vem defendendo desde o início do governo. Na quinta-feira passada, 8, por exemplo, Galípolo disse que não faria sentido ser indicado diretor do BC sem poder aumentar os juros.
Ainda ontem, em palestra na FGV, Campos Neto afirmou que, independentemente de quem seja seu sucessor, o BC terá um compromisso "inequívoco" de trabalhar para levar a inflação à meta. "Temos tido mensagem inequívoca e consensual de que o BC fará o que precisar para trazer a inflação para meta", disse ele. "Isso está bem sedimentado no grupo que temos hoje e no debate que fazemos."
Câmbio
Ainda durante o evento de ontem, o diretor do BC disse que não vê um problema de liquidez no mercado à vista de câmbio e reforçou a mensagem de que só haverá intervenções no caso de "disfuncionalidade". "Pela janela da disfuncionalidade, o BC não viu motivos para intervir no câmbio. Isso não significa que não vamos atuar", declarou ele.
Sem o estresse que marcou os negócios em outros dias, o dólar fechou ontem em queda de 0,34%, cotado a R$ 5,49. Foi a primeira vez desde 17 de julho que a moeda americana ficou abaixo, no fechamento, do piso psicológico de R$ 5,50.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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