Economia
Cresce ocupação de trabalhadores com nível superior, mas em funções que não exigem a escolaridade
A análise do Dieese mostra aumento de contratações como balconista ou vendedor de loja, profissionais de nível médio de enfermagem, e ainda trabalhadores por aplicativo
O número de trabalhadores ocupados com ensino superior completo cresceu 15,5%, entre 2019 e 2022, mas o crescimento foi maior em ocupações que não exigem esse nível de escolaridade. Já a quantidade de pessoas ocupadas com ensino médio completo subiu 7,1%. Os dados são de uma análise realizada pelo Dieese, a partir dos dados da PnadC-IBGE.
O percentual de pessoas com nível superior trabalhando como balconista ou vendedor de loja aumentou 22%. Também cresceu 45% o número de pessoas com nível superior completo trabalhando como profissionais de nível médio de enfermagem.
Além disso, cerca de 86 mil motoristas de aplicativos (exceto táxis) tinham ensino superior completo no quarto trimestre de 2022. Entre os entregadores de comida/produtos/etc., eram cerca de 70 mil pessoas.
Entre as pessoas de baixa renda com nível superior, 61% estavam em ocupações não condizentes com essa escolaridade, enquanto entre os mais ricos, 71% estavam em posições compatíveis como esse nível de ensino.
Para o Dieese, o número de pessoas com ensino superior completo continuou crescendo nos últimos anos, mas parcela considerável não encontrou ocupação compatível com esse nível de escolaridade.
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Rendimento também não acompanha
Segundo o levantamento, a quantidade de ocupados com nível superior em ocupações não típicas cresceu 21,2%, entre o quarto trimestre de 2019 e o de 2022. Entre as ocupações típicas para essa escolaridade, o número de diretores e gerentes diminuiu em 15,4% e o de profissionais das ciências e intelectuais aumentou 18%.
De acordo com a análise do Dieese, é possível afirmar que praticamente metade do crescimento da ocupação para pessoas com ensino superior completo ocorreu em atividades não típicas para essa formação.
O Dieese ressalta que os dados revelam a dificuldade das pessoas com diploma de nível superior de conseguir algum trabalho compatível com essa escolaridade, "devido aos problemas estruturais da economia brasileira, que apresenta crises recorrentes e baixo crescimento, especialmente nos últimos anos".
Além disso, o rendimento médio não acompanhou o desempenho e, no total dos ocupados, foi reduzido em 0,5%. Entre os ocupados com ensino médio completo, a queda do rendimento real foi de 2,5% e entre aqueles com ensino superior completo, o recuo foi de 8,7%.
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