Economia
China abre investigações contra Zhongzhi Enterprise, gigante do crédito privado
Empresa informou a investidores no início desta semana que está "gravemente insolvente", com um déficit de US$ 36,4 bilhões
Autoridades chinesas anunciaram que abriram investigações criminais sobre os negócios do Zhongzhi Enterprise Group, dias após a gigante de crédito privado revelar um déficit de US$ 36,4 bilhões em seu balanço financeiro.
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Em um comunicado no WeChat, a polícia de Pequim informou que tomou “medidas criminais obrigatórias” contra vários suspeitos, entre eles um identificado pelo sobrenome Xie.
Os investigadores pediram que os investidores relatassem casos relacionados à empresa ou fornecessem pistas às autoridades, incluindo a apresentação de reclamações online. Xie Zhikun, o fundador do grupo, morreu em 2021, mas vários de seus familiares são atualmente executivos da empresa.
A declaração não detalhou quais as implicações das medidas ou quais crimes eles podem ter cometido.
A terminologia jurídica usada para descrever a situação era semelhante àquela no caso do presidente da China Evergrande, o bilionário Hui Ka Yan. Em setembro, a Evergrande afirmou que Hui era suspeito de cometer crimes.
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As medidas obrigatórias, ou coercitivas, podem assumir várias formas, incluindo intimação, liberação sob fiança e vigilância residencial, detenção e prisão, de acordo com a lei processual chinesa. As medidas podem ser aplicadas pela polícia, tribunais ou procuradores.
Antes do caso de Hui, da China Evergrande, medidas semelhantes foram tomadas contra alguns funcionários do setor de gestão financeira da empresa no centro da crise imobiliária da China, conforme declarado em um comunicado da polícia em setembro.
'Gravemente insolvente'
A Zhongzhi, de propriedade privada, revelou no início desta semana a extensão de suas dificuldades financeiras, informando aos investidores que está "gravemente insolvente" com um déficit de $36,4 bilhões.
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A gestora de patrimônio afirmou que esgotou sua liquidez e que o valor recuperável com a venda de ativos deve ser baixo, de acordo com uma carta enviada aos investidores na quarta-feira e obtida pela Bloomberg News.
As preocupações com a Zhongzhi começaram em agosto, quando uma de suas afiliadas falhou no pagamento a clientes de produtos de investimento de alto rendimento. As dificuldades financeiras do grupo somam-se aos desafios do presidente Xi Jinping, enquanto autoridades lidam com uma crise imobiliária e uma economia fraca.
A empresa afirmou que a morte de seu fundador Xie e a subsequente saída de executivos sêniores levaram a uma falha na gestão interna. Medidas anteriores de reestruturação não atenderam às expectativas, de acordo com a carta de 22 de novembro.
As pessoas afetadas pelos problemas da Zhongzhi provavelmente serão aquelas com grandes patrimônios. Bancos paralelos como o Zhongzhi são empresas pouco regulamentadas que reúnem as poupanças de famílias para oferecer empréstimos e investir em imóveis, ações, títulos e commodities.
Nos últimos anos, mesmo quando os trustes rivais reduziam os riscos, a Zhongzhi e as suas afiliadas aumentaram o financiamento a incorporadoras em dificuldades e adquiriram ativos de empresas como a China Evergrande.
As autoridades apelaram neste sábado aos investidores da Zhongzhi para “cooperarem ativamente com as investigações policiais e protegerem os seus próprios direitos e interesses através dos canais legais” para ajudar a recuperar recuperar as suas perdas.
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