Economia
Comércio sugere regra específica para setores essenciais em portaria que limita trabalho em feriados
Representante da CNC defende que também é preciso alternativas para negociação em estados que não têm sindicato dos trabalhadores do setor
Empresários do comércio devem propor ao governo federal que a nova redação da portaria que limita o trabalho no setor nos feriados tenha regras específicas para estabelecimentos considerados essenciais. A norma, publicada na semana passada, vai ser revogada, como informou nesta quarta-feira o ministro do Trabalho e Emprego Luiz Marinho. Um grupo de trabalho vai discutir o conteúdo de uma nova versão do texto, para entrar em vigor em março. Até lá, vale a lei anterior, que facilita o trabalho nessas datas.
De acordo com o vice-presidente Administrativo da Confederação Nacional do Comércio (CNC), Antonio Florencio de Queiroz Junior, a entidade levou ao governo a proposta de postergar por 90 dias a entrada em vigor da publicação, para que ajustes sejam feitos. Ele diz que uma das prioridades é que o texto seja mais específico sobre o funcionamento de estabelecimentos essenciais, como farmácias, supermercados, postos de gasolina e hotéis.
— Esses estabelecimentos têm características muito específicas. A legislação de funcionamento de feriados já existe e é pacificada no setor. Mas a portaria esqueceu dessas características e criou um problema para esses setores. Não defendemos a derrubada da publicação, porque não vimos necessidade. Os ajustes já são suficientes — afirma.
O MTE publicou a portaria na véspera do feriado da Proclamação da República. O texto determina a necessidade de acordo prévio coletivo conduzido por sindicatos para que as lojas possam abrir em feriados, o que provocou forte reação negativa de entidades ligadas ao comércio e uma mobilização no Congresso para a derrubada da decisão com um decreto legislativo. Marinho decidiu então se antecipar a esse movimento e suspender a medida.
— Passa a valer o que era antes, a portaria de 2021. Vamos editar uma nova, que entrará em vigor em março. Até lá, vamos negociar. Pode ser que o texto fique igual, pode ser que seja alterado — afirmou.
Falta de sindicatos
Presidente da Fecomércio-RJ, Queiroz Junior também afirmou que a primeira reunião do grupo de trabalho — com representantes do governo, trabalhadores e entidades empresariais — deve acontecer já na próxima quarta-feira, dia 29, na cidade do Rio.
Um dos argumentos dos empresários foi a insegurança jurídica trazida pela publicação. Ainda de acordo com Queiroz Junior, em reunião com o governo, o setor ponderou que a necessidade de convenção coletiva entre os sindicatos dos trabalhadores e o patronal tratando do trabalho nos feriados seria um impasse em estados como o Acre e o Amazonas, onde, segundo ele, não existem entidades representativas dos trabalhadores do comércio.
Ele aponta como saída que o novo texto da portaria crie alternativas para a negociação:
— O Brasil é um país de dimensões continentais. Algumas regiões têm realidades econômicas e de negociação muito diferentes. No Rio e em São Paulo, por exemplo, o impacto não seria tão grande porque já existem nas convenções coletiva as regras de trabalho nos feriados, mas isso não ocorre em outros locais. Um caminho pode ser permitir que federações e confederações firmem as convenções nos locais que não tenham o sindicado laboral.
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