A montadora japonesa Nissan anunciou nesta terça-feira um aumento de R$ 1,5 bilhão nos seus investimentos na fábrica de Resende, no Rio. O CEO do grupo, Makoto Uchida, esteve ontem com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para comunicar os novos planos da empresa e reforçar o papel estratégico da fábrica no sul do estado para o portfólio global do grupo.

O objetivo é produzir duas novas SUVs (veículos utilitários esportivos) e um novo motor turbo no Brasil. Um dos modelos que será produzido será o futuro Novo Nissan Kicks, cujos detalhes ainda não foram divulgados. O segundo modelo também não foi informado.

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O atual plano de negócios do grupo no país, que engloba os anos de 2023 a 2025, foi atualizado de R$ 1,3 bilhão para R$ 2,8 bilhões. Assim, o "dinheiro novo" será de R$ 1,5 bilhão.

Uchida explicou que o objetivo é usar a planta brasileira não só para explorar o mercado interno, mas também ampliar exportações para cerca de vinte países.

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— O investimento total será de R$ 2,8 bilhões. Nosso objetivo é não só focar no Brasil, mas atingir o mercado externo, com cerca de 20 países na América Latina. Faremos duas novas SUVs e um motor turbo, com expectativa de ter quatro novos fornecedores para a fábrica — afirmou.

Com o investimento, os planos da empresa são dobrar a participação no mercado interno brasileiro, de 3,4% para 7%. Desde abril, a fábrica de Resende opera com o segundo turno, o que proporcionou a criação de 578 novos empregos diretos.

Por ora, não há previsão de criação de novas vagas, mas, se os planos da companhia se concretizarem, um terceiro turno de produção poderia ser aberto em 2027.

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— O Brasil e a América Latina são mercados estratégicos para o grupo. Dos dois SUVs que serão produzidos, um deles será o novo modelo do Kicks, que é um grande sucesso no país — disse.

Questionado sobre o aumento de investimentos na América Latina, que vive momento de instabilidade econômica e baixo crescimento, como por exemplo na Argentina, Uchida disse que o objetivo da empresa na região é de longo prazo.

— Estamos no mercado brasileiro há 23 anos e a nossa planta em Resende já vai fazer 10 anos. Durante a pandemia, houve sim enormes desafios, mas precisávamos ter certeza de que essa planta poderia crescer de forma sustentável e nós vemos potencial para crescer nossa participação de mercado no Brasil. Essa é uma das razões. Além disso, o mercado de SUVs é muito forte no país — afirmou.

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Uchida afirmou que um dos objetivos da conversa com Lula foi mostrar ao presidente que a empresa tem visão de longo prazo no país.

— Tivemos uma ótima conversa com o presidente, explicamos o nosso investimento, para que ele tenha certeza de que há sustentabilidade na nossa visão sobre o Brasil. Também falamos sobre como crescer mais no Brasil. E ele obviamente recebeu muito bem essas informações — disse.

Sobre o programa Rota 2030, que concede subsídios ao setor em contrapartida ao uso de novas tecnologias, Guy Rodríguez, presidente da Nissan América Latina disse que o mais importante é a "previsibilidade das regras".

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— O que precisamos é de previsibilidade de longo prazo para conseguir trazer as tecnologias. Para nós, o importante é saber qual vai ser o programa, que duração e que regras estarão incorporadas no programa — explicou o CEO.

Inaugurada em abril de 2013, a fábrica em Resende agora receberá um total de R$ 6,2 bilhões em investimentos até 2025.