Economia
Autoridade de aviação do Reino Unido dá aval para voo inédito da Virgin Atlantic com combustível 100% sustentável
Substituto de querosene pode reduzir emissões de carbono em mais de 70%
A Autoridade de Aviação Civil britânica deu aval para um voo transtlântico inédito da Virgin Atlantic com um jato movido a combustível 100% sustentável. A aeronave vai partir de Londres com destino a Nova York em 28 de novembro. Segundo a empresa, o objetivo é testar e demonstrar a viabilidade da conclusão de uma viagem aérea a partir de fontes renováveis não petrolíferas (SAF) que podem ser usadas como substitutas ou serem misturadas com querosene.
Até o momento, o combustível SAF pode ser usado em motores a jato numa mistura máxima de 50% com o querosene tradicional, sem que, para isso, precisem ser feitas quaisquer adaptações. A empresa destaca que as fontes renováveis podem advir de algas, resíduos de hidrogênio ou mesmo da captura direta de dióxido de carbono. A expectativa da Virgin Atlantic é que, caso o SAF substitua completamente o querosene, possa reduzir as emissões de carbono em mais de 70%, na comparação com o combustível fóssil convencional para a aviação.
Antes do aval para decolar, a Autoridade de Aviação Civil realizou revisões técnicas, como testes em solo num motor Trent 1000 funcionando apenas com o SAF. A viagem aérea é liderada pela Virgin Atlantic, mas é financiada em parte pelo Departamento de Transportes e envolve um consórcio composto por Boeing, Rolls-Royce, BP e outras empresas.
— A licença da Autoridade de Aviação Civil para voar o Flight100 é um marco importante e uma grande conquista para todas as equipes que trabalham neste voo histórico. Chegar a este ponto demorou mais de um ano e exigiu uma colaboração radical entre os nossos parceiros do consórcio e o governo. Estamos empenhados em utilizar 10% de SAF até 2030, mas para chegar lá precisamos que o governo apoie a criação de uma indústria de SAF no Reino Unido. Sabemos que, se conseguirmos, podemos voar — afirmou Shai Weiss, CEO da Virgin Atlantic.
No comunicado da Virgin, Rob Bishton, diretor executivo da Autoridade de Aviação Civil do Reino Unido, afirmou que o papel dos reguladores é permitir, com segurança, que a indústria adote práticas mais sustentáveis e "ultrapasse os limites do que é possível para criar uma indústria de aviação mais verde".
O secretário dos Transportes britânico, Mark Harper, disse que o Reino Unido lidera o que chamou de "jornada mundial para a descarbonização dos voos".
A Virgin Atlantic recebeu até 1 milhão de libras de financiamento do governo do Reino Unido em dezembro de 2022. Isso, depois de um desafio lançado pelo Departamento de Transportes para apoiar a indústria na realização do primeiro voo transatlântico em uma aeronave 100% movida a SAF.
O aval abre caminho para que a empresa peça licenças semelhantes à Administração Federal de Aviação [dos Estados Unidos], à Autoridade de Aviação Irlandesa e à Transport Canada.
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