Economia
LATAM espera definição do governo para refazer plano de voos no Santos Dumont
Governo deve revogar resolução atual e limitar operação do aeroporto a 6,5 milhões de passageiros; Jerome Cadier, CEO da companhia aérea diz que espera decisão para 'replanejar o replanejamento'
A LATAM Airlines aguarda a definição oficial sobre as regras de restrição do Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, para refazer o planejamento de voos no terminal carioca. Nesta segunda-feira, ao reportar os resultados da companhia, Jerome Cadier, CEO da LATAM no Brasil, disse que a empresa espera uma comunicação do governo para "replanejar o replanejamento" dos voos, o que ainda não foi feito pela empresa.
A companhia aérea havia indicado, no início do mês, que iria triplicar a sua oferta doméstica de assentos no Aeroporto do Galeão e limitar ao Santos Dumont apenas os voos para Congonhas, em São Paulo. A operação, a partir de janeiro, também iria inaugurar três novas rotas a partir do Galeão - para as cidades de Manaus, Recife e Natal.
— A gente publicou (o plano para o Santos Dumont) há duas semanas, conforme a regra oficial que vale agora, restringindo os voos a 400 quilômetro, a partir de janeiro. A partir do momento que essa notícia extraoficial for oficializada, vamos redistribuir a operação — afirmou o executivo.
Na semana passada, o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, indicou que o governo irá mudar as regras atuais que alteram a operação do Santos Dumont, o que irá obrigar as companhias aéreas a refazerem o planejamento do próximo ano.
A resolução em vigor do Conselho de Aviação Civil (Conac), que passa a valer em 2024, limita a operação do terminal a voos domésticos, com distância de 400 quilômetros. Segundo o ministro, a norma deve ser revogada. O objetivo é alterar a regra para limitar ao aeroporto Santos Dumont um fluxo de 6,5 milhões de passageiros.
O CEO da LATAM acrescentou que, com a troca de comando no ministério de Portos e Aeroportos, a empresa espera que o governo redesenhe o "Voa Brasil", programa do governo que tem o objetivo de viabilizar passagens aéreas a R$ 200 para determinados grupos.
— O plano não deve deixar de existir mas, provavelmente, terá uma nova roupagem em relação ao que o Márcio França (ex-ministro da pasta) tinha originalmente pensado — afirmou o executivo.
Efeito da guerra nos preços das passagens
Nesta segunda-feira, a LATAM reportou ao mercado uma margem operacional ajustada de 13,4%e lucro líquido de US$ 232 milhões no terceiro trimestre deste ano. As receitas operacionais da empresa somaram US$ 3 bilhões, alta de 18,1% em relação ao terceiro trimestre de 2022.
Ao ser questionado sobre previsão para as tarifas nos próximos meses, Jerome Cadier indicou que não há planos para redução de preços e citou a volatilidade do mercado de combustíveis, em razão da guerra entre Israel e Hamas.
— É difícil fazer previsão para frente porque os principais fatores de custo estão muito voláteis. Aqui, eu estou falando do petróleo, que desde o início da guerra da Ucrânia já estava com uma volatilidade muito grande mas que, obviamente, com as últimas semanas e a guerra em Israel, ficou ainda mais volátil. Eu não vejo tendência ou capacidade de prever uma queda — afirmou o executivo, que afirmou que o aumento das passagens não refletiu completamente a subida dos combustíveis.
O executivo disse que é difícil especular sobre os preços dos combustíveis daqui para frente. Mas afirmou que o mercado brasileiro continua "resiliente", mesmo com a subida das passagens aéreas no último ano.
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