Economia
Argentina deve pedir mais dinheiro ao FMI, com agravamento da crise após primárias
Fonte do governo confirma à agência Bloomberg que país estuda solicitar desembolso adicional até o fim deste mês
A Argentina pretende solicitar ao Fundo Monetário Internacional (FMI) um aumento no desembolso previsto para o fim deste mês, confirmou um alto funcionário do governo à agência Bloomberg.
Na segunda-feira, o banco central elevou a cotação oficial do dólar no país em 22%, em meio a uma corrida de investidores e consumidores para comprarem a divisa americana após a vitória do candidato de extrema direita Javier Milei nas primárias das eleições presidenciais.
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O banco central também elevou sua taxa de juros de 97% para 118% ao ano e tem ficado sem reservas para sustentar as cotação oficial do câmbio no país, que agora é de 350 pesos por dólar - no paralelo, o valor se aproximou de 700 pesos.
Em acordo costurado pelo ministro da Economia, Sergio Massa, que também está concorrendo à presidências nas eleições de 22 de outubro, o FMI concordou em socorrer a Argentina com até US$ 10,8 bilhões até o fim do ano. O primeiro pagamento, de US$ 7,5 bilhões, está previsto para o fim de agosto.
Na segunda-feira, após o governo argentino subir juros e desvalorizar câmbio, o FMI reafirmou seu apoio ao país.
O governo do presidente Alberto Fernández vinha resistindo às pressões por uma grande desvalorização do peso como temor dos impactos dessa medida sobre a inflação às vésperas das eleições.
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Os preços ao consumidor no país acumulam alta de 115% nos últimos 12 meses. Mas, após as turbulências no mercado com a vitória apertada, porém surpreendente, de Milei nas primárias, a desvalorização foi inevitável.
E, apesar da alta de 22% aplicada no dólar oficial na segunda-feira, as diferenças para a cotação no paralelo ainda são muito grandes, o que sinaliza que será necessário uma nova desvalorização do câmbio no futuro.
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