Economia
Dólar oficial, dólar blue: entenda as diferenças de cotação na Argentina
País tem mais de uma dezena de cotações para a moeda americana
O Banco Central argentino aumentou em 22% o dólar oficial do país para 350 pesos após a vitória do candidato de extrema direita, Javier Milei, nas prévias das eleições presidenciais. Esse patamar valerá até a realização do pleito, em outubro.
No mercado paralelo, porém, o dólar blue já alcança uma cotação de 695 pesos nas ruas de Buenos Aires nesta segunda-feira, segundo informações do La Nación.
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O país conta com mais de uma dezena de diferentes cotações para a moeda americana. Entenda por que a economia vizinha adota esse sistema.
Por que a Argentina tem várias cotações de dólar?
Há décadas, a Argentina registra uma escassez de divisas para dar conta de suas demandas em importações e atender o mercado em geral. Com isso, foi criando uma série de câmbios para setores ou demandas específicas, com o objetivo de preservar ao máximo suas reservas internacionais.
Há cotações no atacado, no varejo, para estrangeiros visitando o país, para pagamento de serviços de streaming, de eventos com artistas estrangeiros, operações com criptomoedas, entre outras.
Os argentinos, num esforço para escapar dos efeitos das oscilações na economia, buscam o o dólar como divisa mais segura, enxergando na moeda americana um caminho para driblar a inflação e a desvalorização do peso.
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O que é o dólar blue?
Essa forde demanda por dólares deu origem a cotações paralelas à oficial. Nesse mercado, o câmbio mais conhecido é o dólar blue, que não está sob a fiscalização do BC argentino.
É uma operação ilegal, mas com cambistas operando essa moeda em todo o país, incluindo hotéis e mesmo nas ruas das mais diversas cidades.
Por que o dólar blue é mais conhecido do que outras cotações de dólar na Argentina?
A taxa de câmbio do dólar blue resulta da compra e venda de moeda estrangeira no mercado paralelo, portanto não oficial. É uma moeda de mais fácil acesso, disponível livremente em ruas movimentadas de Buenos Aires, por exemplo, como a Calle Florida.
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Por que o Brasil não sofreu o efeito Tango?
O efeito Tango, ou seja, o contágio da crise argentina, não chegou ao Brasil neste momento. Aqui, o dia de mercado também foi negativo, mas por outros fatores. O dólar comercial operou em forte alta ao longo de todo o dia, em linha com a valorização da moeda americana no exterior.
Segundo analistas, o desempenho negativo ocorreu por um novo dia de avanço dos rendimentos dos títulos do Tesouro americano, os Treasuries, e pela a baixa de commodities importantes, como o petróleo. No caso da Bolsa, o Ibovespa foi impactado pela baixa das ações da Vale, que tem peso relevante no índice, diante de incertezas sobre o mercado imobiliário na China.
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