Economia
Tesouro Nacional lança título para financiar educação; entenda como funciona
Tesouro Educa+ será corrigido pela inflação e taxa real, com 16 opções de investimento, que partem de 2026
O Tesouro lançou nesta terça-feira um título voltado para educação, com o objetivo de ajudar pais e estudantes a custear a formação acadêmica, incluindo Ensino Superior e cursos de especialização. Chamado de Tesouro Educa+, o título, que é uma parceria com a B3, foi lançado em São Paulo e já está disponível.
Pelo site do Tesouro, é possível escolher o título a partir da data de vencimento. São 16 opções disponíveis, com a primeira conversão para 2026 e as demais a cada ano subsequente, até 2041. O título terá correção pela inflação, a partir do IPCA, e também ajuste por taxa que, nesta terça-feira, estava entre 5,07% e 5,42%.
A carência, segundo a B3, será de 60 dias, o que significa que o investidor poderá vender os títulos a preço de mercado após esse período. Quem levar o investimento até a data de vencimento, terá como benefício extra a isenção da taxa de custódia da Bolsa.
Retorno mensal e aporte a partir de R$ 30
Assim como acontece com outros papéis do Tesouro, o valor inicial de investimento parte de R$ 30.O retorno vai acontecer em fluxos mensais de 60 parcelas, ao longo de cinco anos. O resgate terá início sempre a partir de 15 de janeiro.
Pelo site doTesouro Direto, é possível fazer uma simulação do investimento. A plataforma do Educa+ pede quatro informações: a idade atual do estudante; a idade com que ele deve começar o curso; a renda mensal que pretende receber; e o investimento inicial.
— Os pais de uma criança que acabou de nascer, por exemplo, podem aplicar R$ 80 por mês. Quando ela chegar aos 18 anos, ela vai ter acesso a uma renda de R$ 500 por mês, durante cinco anos — exemplificou o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, durante evento na B3.
Daniel Leal, estrategista de renda fixa na BGC Liquidez, diz que o lançamento de títulos customizados pelo Tesouro é uma forma de simplificar o acesso aos papéis. Ele alerta, no entanto, que os investidores precisam estar cientes que o resgate antecipado trará um retorno menor:
— Esses títulos customizados tiram o trabalho que você teria de escolher os títulos de investimentos, o que é excelente. Os alertas são: não colocar ali uma reserva de emergência, que talvez você precise resgatar, e tentar levar (o papel) até a data de vencimento.
Para os investidores que venderem o título antes do vencimento, haverá ainda a cobrança de taxa de custódia: no período de 0 a 7 anos, ela será de 0,50% (a.a.) sobre o valor negociado. Em vendas de 7 a 14 anos, a taxa será de 0,20% (a.a.) e acima de 14 anos, de 0,10% (a.a.).
Flavio Humberto Pretti, planejador financeiro pela Associação Brasileira de Planejamento Financeiro (Planejar), avalia que o papel é uma boa opção para quem tem um projeto específico a ser alcançado. O principal ponto, para ele, é que o investidor deve casar o prazo de vencimento do papel com o prazo co projeto de vida.
— O papel deve ser usado para quem tem um projeto de vida que bate com o período no qual será possível fazer o resgate. Se você conseguir levar ao vencimento, não tem contraindicação — avalia Pretti.
Gift Card e financiamento coletivo
Novas ferramentas para o Educa+ também serão anunciadas nos próximos meses. Uma delas será o investimento coletivo, que vai permitir que parentes e amigos possam entrar com recursos dentro de um título para ajudar na formação do estudante.
Outra novidade a ser lançada é a de um gift card dentro do Educa+, para que parentes possam presentear estudantes comum título do Tesouro. Os técnicos ainda estão definindo quando a criança ou adolescente poderia manipular o investimento que receberam. A expectativa é que as inovações do Educa+ também sejam aplicadas em outros papéis.
Essa não é a primeira vez que o Tesouro lança um papel com um propósito específico. Em janeiro deste ano, o órgão passou a negociar o Tesouro RendA+, com foco na aposentadoria. Em cinco meses, o estoque do papel alcançou R$ 1 bilhão em reservas, com compras que somaram R$ 870,9 milhões.
O Tesouro, segundo Ceron, ainda prepara o lançamento de novas funcionalidades para os Títulos do Tesouro de uma maneira geral, como a possibilidade que os papéis sejam usados como garantia de financiamentos.
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