Economia

Lula defende Pochmann na presidência do IBGE e diz que Simone Tebet sabia ‘há muito tempo’ da escolha

Na semana passada, ministra comentou a indicação e disse que foi o primeiro pedido feito pelo presidente, desde que ela assumiu o cargo

Agência O Globo - EXTRA 01/08/2023
Lula defende Pochmann na presidência do IBGE e diz que Simone Tebet sabia ‘há muito tempo’ da escolha
Lula - Foto: ANSA

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou nesta terça-feira a repercussão da indicação de Marcio Pochmann para presidir o IBGE - foi o próprio Lula quem o indicou. Ele disse que a ministra do Planejamento, Simone Tebet, já sabia de seu desejo sobre o nome para ocupar a presidência do órgão “há muito tempo” e elogiou o currículo do economista. ligado ao Partido dos Trabalhadores (PT).

O IBGE é subordinado ao Ministério do Planejamento. Na semana passada, Tebet comentou a indicação e disse que foi o primeiro pedido feito pelo presidente Lula, desde que ela assumiu o cargo. Ela também disse que a troca no IBGE vinha sendo discutida há 15 dias.

— A (ministra) Simone Tebet sabe que o Marcio Pochmann é meu escolhido há muito tempo e, com toda a clareza, ela ponderou que era importante terminar o Censo. Terminou o Censo, agora o Marcio Pochmann vai tomar posse como presidente do IBGE — disse Lula.

'Um dos grandes intelectuais do país', diz Lula

O economista é presidente do Instituto Lula hoje. Antes disso, nos governos de Lula e Dilma Rousseff, ele comandou o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

— Não é aceitável as pessoas tentarem criar uma imagem negativa de uma pessoa da qualificação do Marcio Pochmann, um dos grandes intelectuais desse país, extremamente preparado. Esse rapaz, eu escolhi, porque eu confio na capacidade intelectual dele. É uma pessoa exímia — avaliou Lula.

O presidente também elogiou a ministra do Planejamento e negou eventual divergência na escolha do comando do IBGE:

— A Simone é uma das coisas boas que aconteceram no meu governo, ela é uma pessoa de muita qualidade, seriedade e compromisso com esse país. Tentaram até inventar briga. O presidente nunca atropela. Não é meu jeito de fazer política, eu converso duas vezes, três vezes — afirmou.

Afastamento de pesquisadores

Pochmann é formado em ciências econômicas pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e, em 1993, tornou-se doutor pela Unicamp, onde dava aulas. O economista, de 61 anos, se aposentou em 2020, mas continuou atuante nos debates acadêmicos.

Entre as polêmicas em que esteve envolvido está o afastamento de pesquisadores do Ipea identificados com linhas de pensamento ortodoxas. Críticos dizem que ele os dispensou porque não se enquadravam na sua forma de pensar.