Curiosidades

Papai Noel e os presentes: a história por trás dos símbolos do Natal

Da generosidade de São Nicolau às tradições cristãs e pagãs, origem do Natal mistura fé, cultura e solidariedade

24/12/2025
Papai Noel e os presentes: a história por trás dos símbolos do Natal
- Foto: Reprodução

A figura do Papai Noel, hoje um dos maiores símbolos do Natal em todo o mundo, tem raízes históricas bem mais antigas do que a imagem comercial popularizada no século XX. A origem do personagem remonta a São Nicolau, um bispo cristão que viveu no século IV, na região da atual Turquia, conhecido por sua profunda generosidade e dedicação aos mais pobres.

Segundo registros históricos e tradições religiosas, São Nicolau costumava ajudar famílias endividadas, crianças e pessoas em situação de vulnerabilidade de forma discreta, muitas vezes deixando moedas e doações durante a noite, sem se identificar. Esses gestos de solidariedade fizeram com que sua fama se espalhasse rapidamente após sua morte, transformando-o em símbolo de bondade e altruísmo.

Com o avanço do cristianismo pela Europa, a devoção a São Nicolau ganhou força em vários países. Na Holanda, ele passou a ser conhecido como Sinterklaas, personagem que já tinha o costume de distribuir presentes às crianças no início de dezembro. Essa tradição foi levada para a América do Norte por imigrantes holandeses, onde o personagem começou a sofrer transformações culturais.

Nos Estados Unidos, especialmente a partir do século XIX, Sinterklaas foi adaptado ao contexto local e passou a ser chamado de Santa Claus. Ao longo do tempo, ganhou elementos que hoje são amplamente reconhecidos: roupas vermelhas, barba branca, trenó e renas. A imagem moderna foi definitivamente consolidada no século XX por ilustrações publicitárias e campanhas natalinas, que ajudaram a fixar o “bom velhinho” como símbolo universal do Natal.

Paralelamente, a tradição da troca de presentes no Natal também possui origens múltiplas. No cristianismo, o costume remete à visita dos Três Reis Magos ao menino Jesus, quando ofereceram ouro, incenso e mirra, simbolizando reverência e amor. Já em tradições pagãs, como as celebrações da Saturnália na Roma Antiga, a troca de presentes fazia parte das festividades do solstício de inverno, marcadas pela confraternização e renovação dos laços sociais.

Com o passar dos séculos, essas tradições se fundiram. A generosidade de São Nicolau, os rituais pagãos e os valores cristãos deram forma ao imaginário moderno do Natal, no qual o Papai Noel simboliza a solidariedade e os presentes representam afeto, partilha e esperança. Mais do que um evento comercial, o Natal preserva, em sua essência, uma celebração histórica do cuidado com o outro e da renovação dos vínculos humanos.

Cinara Ramos Corrêa

Cinara Ramos Corrêa

É natural de Porto Alegre (RS). Formada em Jornalismo pela Pontifícia Universidade Católica de Porto Alegre; Editora chefe do Portal Tribuna do Sertão com passagens pela Revista Veja, jornal Zero Hora, Rádio Gaúcha (Grupo RBS), Gazeta Mercantil, TV Pajuçara e O Jornal.