Os shows do Oasis no Estádio do Morumbis, em São Paulo, marcam o encerramento da turnê mundial “Live ‘25” e celebram o retorno da banda, ícone do Britpop, aos palcos brasileiros. Desde as primeiras horas deste sábado, as ruas que dão acesso ao estádio já estavam tomadas por uma multidão vestida com bandeiras do Reino Unido, chapéus estilo pescador — eternizados pelo grupo — e camisas do Manchester City, time de coração dos irmãos Noel e Liam Gallagher.

O Tribuna do Sertão ouviu histórias de fãs que, vindos de diferentes partes do país, decidiram estar presentes no aguardado reencontro com o Oasis.

As irmãs Bárbara e Gabriela Garrido, de 36 e 30 anos, respectivamente, viajaram para São Paulo acompanhadas dos namorados, Vitor e Rodrigo. A paixão pelo Oasis começou com Bárbara, que trabalha na área comercial, e acabou influenciando Gabriela, médica.

— Eu virei fã mesmo por conta dos clipes que passavam na MTV, especialmente o de “The Masterplan”, que é bem divertido — conta Bárbara. — Só depois fui entender e me interessar por outros aspectos da banda, desde a relação entre Liam e Noel até a paixão deles pelo futebol.

O amor pelo grupo é tão grande que as irmãs compartilham uma tatuagem com um trecho do clássico “Live Forever”.

— Esse verso fala da nossa relação enquanto irmãs, de cumplicidade e carinho — descreve Gabriela, exibindo a frase “We see things they'll never see” (“Nós vemos coisas que eles jamais verão”, em tradução livre) marcada na pele.

O clima de irmandade promovido pelos Gallagher também se refletiu entre desconhecidos. Shirley Sartori, de 39 anos, e Igor Rodrigues, de 28, se conheceram há apenas dois dias, durante a viagem de ônibus fretado de Vitória (ES) para São Paulo. A amizade começou em um grupo de mensagens do coletivo.

— Na saída do ES, a gente foi reconhecendo um ao outro pela foto de perfil e já sabia quem era mais animado, então já mandava o povo pro fundo do ônibus — relata Igor, músico que animou a viagem ao som do violão, promovendo batalhas de karaokê e muita descontração. — Parecia turnê de banda dos anos 70.

Ambos são fãs desde a adolescência, mas a longa espera de quinze anos trouxe uma certa descrença sobre a possibilidade de ver o Oasis reunido novamente.

— Quem acompanha desde aquela época achava que nunca ia ver isso acontecer — afirma Shirley. — É um sonho realizado, mas só vou acreditar quando os dois subirem juntos ao palco.

Entre veteranos e novatos na chamada ‘Oasismania’, há também quem foi ao estádio para curtir o clima e acompanhar amigos apaixonados pela banda. Ingrid, de 23 anos, veio do Rio de Janeiro com o namorado Taylon, também de 23, e os amigos Márcio e Rômulo, de 27.

— Comecei a ouvir as músicas recentemente, e minha favorita, “Songbird”, nem entrou no setlist, mas estou feliz de estar aqui e ver a alegria de todo mundo — compartilha Ingrid.

Já Márcio e Rômulo se encantaram pela obra dos Gallagher em 2013, quando a banda já havia se separado. Para eles, o legado do Oasis fortaleceu a amizade.

— São doze anos esperando. Na época, levávamos violão para a praia de Copacabana e ficávamos tocando Oasis para nos divertir, mas nunca imaginamos viver isso — recorda Márcio, apresentado ao Britpop pela mãe. — Ela infelizmente não pôde vir, mas me disse para estar aqui e ver tudo ao vivo.