Curiosidades
'Guardiã da arte': quem é a autora da obra criticada por evangélicos na COP30
A chinesa Huang Jian recebeu título de 'embaixadora da arte olímpica' pelo COI
O nome da artista Huang Jian, responsável pela escultura entregue de presente pela China ao Brasil por ocasião da COP30, em Belém (PA), tem repercutido nas redes sociais após sua obra ter sido alvo de críticas entre evangélicos brasileiros.
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Batizada de "Espírito Guardião Dragão-Onça", a instalação foi colocada em praça pública de Belém. Consiste numa criatura esculpida com chifres e dentes pontudos, representando uma mistura de dragão — que simboliza a China — com onça-pintada — em referência ao Brasil —, que abraça um globo terrestre com o inscrito "COP30".
"Está repreendido" e "o Brasil é do Senhor Jesus" são alguns dos comentários sobre a escultura em redes sociais. No Instagram, páginas que publicaram imagens da obra receberam comentários de evangélicos, que defendem que o presente chinês deveria ser devolvido por trazer "maldição" ao país.
Artista chinesa é referida como "Guardiã da Arte da Terra" na obra. Ela esteve em Belém desde antes do início da COP30 e participou de uma apresentação sobre sua obra na Universidade do Estado do Pará.
Jian recebeu título de "embaixadora da arte olímpica" pelo COI (Comitê Olímpico Internacional) e possui obras instaladas em diferentes países. Isso porque Jian já criou esculturas para seis Olimpíadas, segundo o governo chinês.
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Jian é descrita como "artista internacionalmente renomada" pelo governo de Pequim. Para os Jogos de Inverno na capital chinesa, em 2022, ela foi convidada a criar uma escultura próxima à Ponte Guanlan, no distrito de Chaoyang. Para a obra, foram esculpidos seis jogadores de polo em cavalos que simbolizam a Dinastia Tang — considerada uma era de ouro na história do país.
Ela também criou escultura para os Jogos de Paris, em 2024. A obra, chamada "Tong Zhou Gong Du" (atravessar um rio no mesmo barco, em tradução livre) foi inaugurada em setembro daquele ano como um dos símbolos olímpicos da capital francesa. Assim como no caso da escultura instalada em Belém, a artista buscou levar à obra de Paris elementos que simbolizam a conexão entre a China e o país onde foi instalada — neste caso, a França.
Evangélicos apontaram "aspecto demoníaco" da escultura chinesa em Belém.
Líder da Igreja Renascer e presidente internacional da Marcha para Jesus, apóstolo Estevam Hernandes publicou o vídeo do monumento na noite de terça-feira. No post, ele cita um versículo da Bíblia sobre "um grande dragão vermelho que engana o mundo inteiro":
"Ao ser unido à onça, símbolo do Brasil, a obra sugere uma aliança que pode representar a fusão da identidade nacional com valores que não refletem nossa tradição cristã", apontou Hernandes.
Nos comentários da publicação, os seguidores do apóstolo "repreenderam" a escultura. Em outras postagens sobre o assunto, evangélicos também afirmaram que a obra é um "recado" de dominação ao mundo, e publicaram mensagens como "o sangue de Jesus tem poder", "Deus cuida da nossa nação" e "o Brasil é de Jesus".
O monumento de Huang Jian, no entanto, busca combinar a ancestralidade da Amazônia com elementos da mitologia chinesa, representados pela fusão entre a onça e o dragão. A escultura é de bronze e foi produzida em apenas dois meses.
Embaixadora de arte olímpica do Comitê Olímpico Internacional (COI), Jian também criou outra peça para a COP30, a “Mãe Brasil”, que retrata uma mulher sobre uma vitória-régia. O material integra o conjunto de legados culturais deixados pela conferência em Belém e fica na Praça da Bandeira, área da Freezone Cultural Action.
O monumento também integra a proposta de realização do “Prêmio Dragão-Pantera Guardião para proteção de florestas primárias”, voltado para pessoas e instituições que desenvolvem ações ligadas à preservação ambiental e redução de desmatamento:
"Todos esses acontecimentos são relevantes para a cultura de Belém, pois estamos recebendo um monumento assinado pela artista plástica chinesa Huang Jian, de grande evidência internacional pelo conjunto das obras que ela assina e das doações que ela faz a inúmeros países", afirmou a secretária municipal de Cultura e Turismo, Cilene Sabino, no domingo.
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