Curiosidades

Famosas se posicionam contra projeto que dificulta aborto legal em crianças

Artistas criticam proposta aprovada na Câmara e alertam para riscos de retrocesso na proteção de meninas vítimas de violência sexual

Agência O Globo - 08/11/2025
Famosas se posicionam contra projeto que dificulta aborto legal em crianças
Astrid Fontenelle - Foto: Reprodução / Instagram

Diversas personalidades brasileiras têm se manifestado nas redes sociais contra o projeto de lei aprovado na quarta-feira (5) pela Câmara dos Deputados, por 317 votos a 111. O PL suspende uma resolução do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda), que garantia a menores de 14 anos o direito de realizar aborto em qualquer mês da gestação. Astrid Fontenelle, Teresa Cristina, Luana Piovani e Bruna Griphao estão entre as vozes que criticam a proposta, considerada por movimentos de direitos humanos um retrocesso na proteção de meninas vítimas de violência sexual.

A apresentadora Astrid Fontenelle usou suas redes sociais para convocar a população a aderir a um abaixo-assinado contra o projeto, que ela classificou como uma decisão do "pior Congresso da nossa história". Astrid destacou os riscos de impedir que crianças vítimas de estupro tenham acesso ao aborto legal: "Criança não tem que ser mãe. E esses criminosos nojentos não são pais. São monstros", afirmou. Ela também chamou atenção para a possibilidade de autorização para casamentos com menores de idade: "O Brasil é o 6º país do mundo em casamentos infantis. Os números são alarmantes, de estupro em menor, que acontecem dentro de casa. A gente tem que proteger essas crianças", declarou.

A cantora Teresa Cristina, que comentou em uma publicação de Astrid — "horror!" —, também denunciou que o projeto aprovado impede campanhas contra casamento infantil e proíbe informar meninas vítimas de violência sexual sobre o direito ao aborto, o que chamou de "pedofilia legalizada". "Querem calar o Estado e punir as vítimas. Criança não é mãe, é vítima", enfatizou.

Luana Piovani fez um posicionamento mais contundente: segundo ela, o projeto que "proíbe meninas estupradas grávidas de procurarem seus direitos sobre aborto legal seguro e quer proibir o governo de fazer campanhas de conscientização sobre o casamento de adultos com crianças" é gravíssimo. "Existem mais de 34 mil menores de 14 anos em um casamento conjugal no Brasil. Eles nos querem escravizadas, uma massa de usufruto", afirmou. A atriz convocou seus seguidores a "parar tudo e ir para as ruas".

A atriz Bruna Griphão também utilizou suas redes sociais para se manifestar contra o projeto, que considera "mais um passo em direção à idade da pedra". Ela ressaltou que qualquer legislação que restrinja o aborto legal em casos de estupro cometido contra menores é "um absurdo que precisa ser impedido", e pediu mobilização para pressionar os parlamentares.