Cidades
Técnica de enfermagem da Barra de São Miguel é investigada por vender vacinas do SUS
Servidora afastada é suspeita de cobrar até R$ 700 por doses contra meningite; polícia apura se imunizantes eram desviados do posto de saúde
Uma técnica de enfermagem da rede pública da Barra de São Miguel, no Litoral Sul de Alagoas, está sendo investigada sob suspeita de cobrar dinheiro por vacinas contra meningite — imunizantes que deveriam ser aplicados gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O caso veio à tona nessa quinta-feira (13), e a servidora está afastada desde o início deste mês, segundo a prefeitura.
As primeiras apurações indicam que a profissional utilizava doses da vacina contra meningite do tipo C, ofertada pelo SUS, para vendê-las como se fossem do tipo B — que não é disponibilizada pela rede pública. O suposto esquema teria se repetido com diversas famílias.
Em entrevista à TV Pajuçara, a delegada responsável pelo caso, Liana Franca, afirmou que a principal linha de investigação aponta que os imunizantes pertenciam ao posto de saúde do município. Segundo ela, a técnica vendia as doses por valores considerados “altíssimos”.
“Uma senhora relatou que pagou R$ 700 pela primeira aplicação, depois R$ 550 e mais R$ 550. Um casal que esteve conosco hoje disse que ela cobrou R$ 550 e ainda deu um abatimento de R$ 50. É uma coisa de quem não tem dignidade”, disse a delegada.
O casal mencionado por Liana tem um bebê de 11 meses que recebeu cinco doses da suposta vacina contra meningite, embora o protocolo preveja apenas duas ou três aplicações, dependendo da idade da criança.
Para convencer as vítimas, a servidora alegava que adquiria as vacinas por meio da fornecedora de uma clínica particular. A polícia, porém, apurou que nem a clínica nem os distribuidores conheciam a mulher.
Ainda de acordo com a delegada, o casal desconfiou da prática e decidiu confrontá-la. A suspeita teria ficado nervosa e admitido que agiu por estar enfrentando dificuldades financeiras. “Ela disse: ‘me perdoe, eu estava passando por um mal momento, mas não se preocupe que não vai acontecer nada’”, relatou a investigadora.
Além das duas denúncias já registradas, a Polícia Civil acredita que outras pessoas possam ter comprado as supostas doses. A técnica de enfermagem segue em liberdade e ainda será ouvida formalmente. Ela pode responder por crime contra a saúde pública e por estelionato.
O que diz a Prefeitura
Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde informou que tomou conhecimento do caso no dia 5 de novembro e afastou imediatamente a servidora, “como medida necessária para resguardar o interesse público”.
O órgão afirma ter adotado todas as providências administrativas cabíveis e reforça que o procedimento segue os princípios de legalidade, moralidade e transparência.
A gestão municipal reiterou o compromisso com a ética e o esclarecimento completo dos fatos, garantindo que todas as medidas estão sendo rigorosamente executadas.
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